Em 2019, os portugueses deverão comprar cerca de 230 mil veículos novos, um aumento de 0,7% face a 2018. A conclusão é do mais recente estudo Observador Cetelem Automóvel, que revela ainda que “o setor automóvel de veículos particulares novos cresceu 2,8% em Portugal no último ano, o que significa um total de 228 mil veículos, contra os cerca de 222 mil registados em 2017.”
“Para este ano, as perspetivas apontam para um crescimento residual do mercado nacional e para uma recessão na Europa, com uma quebra estimada de 2,5%”, diz ainda o estudo.
Entre os 13 países analisados pelo Observador Cetelem Automóvel 2019, Portugal crescerá 0,7% e apenas Espanha e Eslováquia registarão variações positivas, de 2,2% e de 2 pontos percentuais, respetivamente. A Hungria, depois de ter sido o país com maior crescimento em 2018 (16,1%), travará a fundo, com uma quebra estimada na ordem dos 11,1%.
Pedro Nuno Ferreira, Diretor Automóvel do Cetelem, sublinha que “o mercado europeu atingiu em 2018 valores similares ao contexto pré-crise de 2008, com cerca de 16 milhões de veículos novos vendidos a particulares. A recessão nas vendas de veículos a privados parece atingir países com grande tradição no setor, como o Reino Unido ou Itália. Mas o mercado automóvel de particulares em Portugal também não sai ileso, pelo que, depois do crescimento registado em 2018, deveremos assistir a uma estabilização nas vendas. Quanto às motorizações, as estratégias globais que visam diminuir a importância do diesel e potenciar os veículos elétricos estão a resultar em parte. Se os veículos movidos a gasolina aumentaram significativamente nos últimos anos, e não se prevê que abrandem a curto prazo, os híbridos e os elétricos não ultrapassam, para já, os 6%, e os dados apontam que se aproximarão dos 10% em 2020”.
Mercado mundial deverá estagnar
“À escala global, desde 2010 que se registava um crescimento acentuado, sempre na ordem dos 5%. No entanto, no segundo semestre de 2018 assistiu-se ao que parece ser um novo paradigma no setor automóvel, com contração do mercado, o que levou a um crescimento de cerca de 1 ponto percentual”, diz ainda o Observador Cetelem.
Para este ano, prevê uma estagnação do mercado, “em larga medida devido à quebra registada na China a partir de julho, que implicou uma retração no final do ano de 4,1% (mesmo que este ano volte a crescer, com previsões na ordem dos 2,9%). Nos EUA assistiu-se a uma quase estagnação, com valores a rondarem 0,3%. Porém, em 2019 espera-se nova quebra do mercado norte-americano (-3,9%). O mercado japonês continua em quebra, embora seja inferior ao que se verificou em 2017 – menos 3 pontos percentuais contra os anteriores -7,1%. E no Brasil o crescimento muito forte, na ordem dos 13,1%, será transformado em quase metade em 2019, esperando-se agora que atinja os 7,2%”, acrescenta.
Veículos a gasolina e híbridos lideram mercado global
 O estudo revela ainda que os veículos a gasolina e híbridos “são os vencedores no que concerne ao mercado global de motorizações.” No caso dos automóveis a combustão interna, a quota de mercado dos veículos a gasolina continua a crescer e estima-se que em 2018 tenha chegado aos 54%, mais 6 pontos percentuais que em 2016, e acima dos 33% de 2014.
As previsões para 2020 apontam, assim, para “um crescimento constante (2 pontos percentuais ao ano, até aos 58%).” No caso do diesel, deverá continuar a registar-se uma perda de expressão (40% em 2018, menos 7 pontos que em 2017 e menos 24% que em 2014), com quebras também constantes (4 pontos percentuais por ano, até aos 32%).
Entre os motores mais inovadores, o destaque vai para os híbridos, que chegaram em 2018 aos 5% de quota de mercado. Em 2019, esta quota deverá ser de 6% e em 2020 de 7 pontos percentuais. Já as vendas de veículos elétricos continuarão a ser residuais, representando menos de 1% e com a quota de mercado a ficar-se pelos 3%.