A “língua” eletrónica, inventada por Alisa Rudnitskaya, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA, serve para detetar se aqueles compostos ultrapassam ou não os níveis tolerados pelo organismo humano, avança o portal CienciaPt.
“Claro que este aparelho não pode ser utilizado em vez de outras técnicas que existem, tal como variantes diferentes de cromatografia ou de espetrometria de massa que podem produzir uma informação pormenorizada da amostra alimentar”, explica a investigadora Alisa Rudnitskaya. Mas a informação detalhada sobre a composição do alimento, clarifica a docente, nem sempre é necessária. “Às vezes só é necessário saber a concentração de alguns dos constituintes de alimentos ou de contaminantes para controlar se eles não excedem o permitido, função que a língua faz em pleno e em poucos minutos”, explica. Para além disso, “é um aparelho mais compacto, mais fácil de usar e menos caro do que os usados por outras técnicas”.
O mecanismo permite ainda perceber se a fermentação no vinho está a decorrer dentro da normalidade, se as suas propriedades, origem e idade estão de acordo com o pretendido pelo produtor, indagar sobre o grau de contaminação microbial e presença de metais no leite, sumos, água, café, cerveja, chá e vinhos são apenas algumas das possíveis aplicações entre os líquidos alimentares. Uma característica única da língua eletrónica, acrescenta a inventora, é ter capacidade de avaliar os sabores dos alimentos, como já foi testado para o caso dos vinhos, cerveja e café.