O índice de perda no comércio português deverá aumentar cerca de 28% no próximo Natal em comparação com o resto do ano. Quem o prevê é o investigador Ernie Deyle, que com o patrocínio da Checkpoint Systems realizou um estudo que desmente que as lojas “façam o ano nesta temporada de compras”.
O estudo agora publicado evidencia um paradoxo que afeta a maioria dos retalhistas na campanha de Natal, altura em que estes registam os maiores ganhos do ano e, ao mesmo tempo, a maior perda desconhecida.
No que a Portugal diz respeito, o relatório refere que no Natal deverá registar-se um crescimento nas vendas de cerca de 27% face ao resto do ano, contudo, “o aumento da perda em 28% tornará amargo, em parte, esse doce natalício.”
E sabe quais os produtos mais furtados nas lojas portuguesas nessa altura do ano? De acordo com o estudo, são os artigos de moda, os brinquedos, a comida gourmet e os produtos de cosmética/maquilhagem.
“O aumento dramático do índice de perda no Natal explica-se pelo tipo de produto que está exposto nas lojas e a diversidade dos mesmos, que nesta época são de maior preço e, por isso mesmo, aumentam o valor das perdas. Também há que ter em conta que há mais visitantes nas lojas e que algumas pessoas veem justificado o furto se for para oferecer uma prenda a um familiar”, explica David Pérez del Pino, Diretor Geral da Checkpoint Systems em Espanha e Portugal.
O estudo refere ainda que as promoções agressivas e as ofertas para, assim, vender o maior número de produtos possível, têm muitas vezes o objetivo de reduzir stocks e os erros de operação e de inventário, mas no Natal essas ações podem refletir-se nos resultados operacionais.
“Um dos aspetos a melhorar no nosso país é o número de processos que podem danificar as vendas, como podem ser o cancelamento das transações, a modificação dos preços, os descontos, os cupões, o IVA que pode ser reduzido aos turistas, a rejeição de cartões de crédito, os reembolsos, entre outros. No Natal, estes processos crescem 15%”, revela a Checkpoint Systems.
“Ainda que reduzir o inventário faça com que os custos diminuam, também pode propiciar ruturas de stock, perda de vendas e clientes descontentes. Encontrar o equilíbrio é chave para a rentabilidade e o crescimento, especialmente num contexto multicanal”, acrescenta.