Apenas 26% dos inquiridos neste estudo diz ter mantido o poder de compra, enquanto 3% diz sentir-se mais rico que em 2012. Os mais pobres são os que se sentem mais afetados. Dos indivíduos da classe D, nenhum diz ter observado melhorias no seu rendimento em 2013 e 86% notam ter ficado ainda pior.
São também os que menos esperança têm no futuro: nenhum espera ver os seus rendimentos melhorados em 2014 e 77% espera mesmo perder dinheiro. Por outro lado, os indivíduos de classe alta (Classe AB) são os que menos se queixam do impacto da crise no seu bolso. Apesar disso, 51% diz ter menor poder de compra do que em 2012, sendo que a maioria (51%) espera perder rendimentos em 2014. Destes últimos, 3% estão mais ricos em relação ao ano transato e 2% espera vir a sofrer uma melhoria nos seus rendimentos.
No que toca à faixa etária, os indivíduos entre os 55 e os 65 anos são os que mais se queixam de ter perdido dinheiro face a 2012: 77% dos portugueses desta faixa etária dizem estar mais pobres. São também os que tem a pior perceção em relação a 2014, já que 70% espera ver a sua situação piorar. Os mais jovens (entre os 18 e os 24 anos) são os menos afetados. 55% diz ter perdido poder de compra e menos de metade (49%) espera ver o seu rendimento diminuído em 2014, conclui o estudo do Observador Cetelem.
Os portuenses são os que mais se queixam das consequências da austeridade: 79% dizem ter perdido dinheiro em 2013 e 74% veem a situação piorar no próximo ano. Dos habitantes de Lisboa, 70% diz ter visto os seus rendimentos diminuídos em relação ao ano anterior, contudo, 10% aumentaram o poder de compra, uma percentagem bastante superior à média nacional. São também mais otimistas: a percentagem de lisboetas que espera perder dinheiro em 2014 baixa para 54%. São 9% os que julgam vir a aumentar o seu poder de compra no próximo ano.