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Economia

Portugal prefere o low-cost e vê consumo privado a aumentar

Portugal prefere o low-cost e vê consumo privado a aumentar

Portugal, a par da Polónia e Eslováquia, foram os únicos países da Europa em que se verificou um ligeiro aumento do consumo privado no retalho em 2022, face ao período homólogo. Ao mesmo tempo, outro estudo, aponta que os portugueses são os que mais valorizam, na Europa, o preço face à qualidade nos produtos e serviços. Vamos por partes.

O mais recente estudo da divisão de Geomarketing da GfK analisou os principais indicadores do setor retalhista europeu no ano de 2022. Os dados mostram que o consumo privado foi particularmente afetado pela inflação. Na Hungria, Croácia e Bulgária quase metade do orçamento dos consumidores foi para o retalho, enquanto em Itália ou na Alemanha os cidadãos chegaram a um terço do seu orçamento gasto em consumo retalhista.

 

A situação atual levou a que a propensão para comprar na Europa, de acordo com os consumidores inquiridos, se encontre num mínimo histórico e não recuperou entre 2022 e 2023.

O setor retalhista nos 27 países da UE conseguiu aumentar em mais de mais 6,5% o seu volume de negócios em 2022. Apesar de a relutância em gastar continuar a ser elevada, os maiores ganhos foram registados pelos países da Europa de Leste com taxas de crescimento superiores a 9%, sendo a Eslováquia a ocupar o primeiro lugar com 23%.

 

Os bens de grande consumo (FMCG) demonstram um quadro semelhante para os países da Europa Oriental. Em toda a UE, a taxa de crescimento dos produtos de consumo diário foi de 6,9%, aponta a GFK Portugal.

O Low-cost é predominante

Já o Observador do Consumo Low-cost 2023, realizado pelo Cetelem – marca comercial do BNP Paribas Personal Finance, revelou dados interessantes sobre os portugueses. São o povo europeu que mais valoriza (76%) o preço face à qualidade quando escolhem produtos e serviços.

 

Os polacos (74%), eslovacos (69%) e húngaros (69%) seguem os portugueses no top. Já entre os suecos e franceses verifica-se um maior equilíbrio entre preço (52%) e qualidade (55%).

Em relação às motivações, 35% dos consumidores portugueses dizem consumir produtos de baixo custo porque apresentam uma boa qualidade em relação ao preço praticado, correspondendo assim às suas expetativas.

 

Por sua vez, 11% referem também que esta alternativa não apresenta diferenças significativas em comparação com os produtos e serviços tradicionais, pelo que no seu entender não existe a necessidade de pagar mais.

Em média, 60% dos europeus referem que o preço é um fator mais importante do que a qualidade na hora de comprar um produto e 57% acreditam que os produtos low-cost apresentam uma boa relação qualidade/preço.

Atualmente, em Portugal, 45% dos consumidores referem estar a comprar mais produtos low-cost em comparação com 2022. Na Europa Ocidental, onde Portugal se insere, os indivíduos com menores rendimentos são os que mais frequentemente optam pelos produtos de baixo custo do que os indivíduos com maiores rendimentos (59% vs. 53%).

Relativamente à idade, os jovens consumidores entre os 18 e 34 anos (60% vs 40%) e os que têm mais 50 anos (62% vs 38%) são os que valorizam mais o preço face à qualidade, embora a prioridade ao preço seja partilhada por todas as gerações.

 

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