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Luís Reis (APED) defende que o setor do retalho e distribuição não pode ser arredado das discussões sociais e económicas

Luís Reis (APED) defende que o setor do retalho e distribuição não pode ser arredado das discussões sociais e económicas

Luís Reis, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) sublinhou o papel da distribuição moderna na retoma económica de Portugal e indicou “ser impossível conceber ou antecipar um cenário de retoma económica desligado ou independente de um setor de retalho moderno, dinâmico, pujante e empregador. O responsável abriu a sessão do encontro europeu “”Papel do Comércio Moderno na Retoma Económica”, que decorreu esta segunda-feira (28 de janeiro) em Lisboa.

Luís Reis, no seu discurso alertou que “ignorar o sector do retalho na discussão dos assuntos económicos e sociais – ou, pior ainda, prejudicar este sector com políticas que, aliadas à retracção do consumo que os ventos actuais trouxeram, o oneram com mais impostos, mais taxas ou mais restrições – significa amputar da máquina dessa discussão uma das suas peças componentes fundamentais, com isso enfraquecendo-a e retirando-lhe eficácia, nomeadamente no que respeita ao tema do emprego, tão caro e preocupante para todos”.

 

 

Retalhistas pagaram 320 milhões em taxas de transação

O responsável alertou para a questão das transações comerciais, um dos temas em cima da mesa da reunião do Eurocommerce. “O custo exorbitante da utilização de cartões de pagamento representou para os retalhistas representaram em custos de comissões cobradas, entre 2007 e 2010, cerca de 320 milhões de euros, a benefício das denominadas comissões interbancárias multilaterais que os bancos emissores cobram aos acquirers – e que estes depois repercutem sobre os retalhistas. São exageradas e carecem de fundamento. É urgente, portanto, um sistema de pagamentos com cartões mais eficiente, mais justo, menos oneroso e especialmente atento à questão das interchange fees, seja no âmbito do Single Euro Payments Area ou em qualquer outro instrumento”, sublinhou.

 

 

Relações ao longo da cadeia

 

Outro dos assuntos focado por Luís Reis foi a relação ao longo da cadeia:“Temos sido constantemente atacados por uma intervenção regulatória exagerada e desproporcionada, sobretudo porque baseada em mistificações, mentiras e encobrimentos. Sob o pretexto da proteção dos pequenos produtores e agricultores, tem-se procurado franquear a porta ao poder das multinacionais da produção alimentar, que – possuindo, aliás, na sua maioria, uma parent company não comunitária – têm dimensões muito superiores às dos maiores retalhistas e ostentam margens de rentabilidade na casa dos 10%, 20%, 30% e até de 40%, ao passo que as margens do retalho – as contas são públicas – variam, grosso modo, entre os 2% e os 6%.Curiosamente, não temos visto preocupação equivalente ou simétrica no que respeita à proteção dos pequenos comerciantes perante o poder desmesurado das multinacionais fornecedoras! De uma vez por todas: os grandes e poderosos não são os retalhistas” mas sim as grandes multinacionais produtoras”.

O encontro que decorreu em Lisboa foi organizado pelo Eurocommerce e apoiado pela APED.

 

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