O mercado nacional está mais familiarizado com o outsourcing como opção estratégica e já implementou mais projectos nesta área do que as empresas do nosso país vizinho. As conclusões são de um estudo realizado pela empresa britânica Coleman Parks Research para a LogicaCMG, junto de 50 administradores e directores financeiros das 350 maiores empresas de Portugal e de 50 administradores e directores financeiros das 350 maiores empresas de Espanha, que fez um retrato do outsourcing nas grandes empresas da Península Ibérica.
Metade das maiores empresas portuguesas debate regularmente o tema do outsourcing, enquanto que em Espanha apenas um quarto (24%) das grandes empresas admite discuti-lo com frequência. Outra grande diferença entre os dois mercados surge quando se fala de implementação: enquanto que em Portugal, 34% das grandes empresas que debatem o outsourcing com regularidade já implementaram na totalidade um projecto desta natureza, em Espanha só 21% decidiu adoptá-lo como estratégia empresarial. Outra das conclusões prende-se com a resistência à adopção do outsourcing: as grandes empresas espanholas mostram-se mais resistentes à ideia de externalizar algumas funções ? 10% rejeitam totalmente essa opção contra 7% das organizações portuguesas que afastam esta possibilidade. Por outro lado, apenas 12% das portuguesas nunca discutiram esta opção enquanto em Espanha essa parcela sobe para 16%.
De comum nas grandes empresas dos dois países parece ser que tanto as empresas portuguesas como as espanholas adoptam as funções ligadas às áreas da segurança (de instalações e informática) e das tecnologias de informação (TI) como objectos preferenciais para o outsourcing. Em Portugal, 63% optou por externalizar processos de segurança e 46% de TI e em Espanha, 29% para cada área.
Competências vencem redução de custos
Quando questionados sobre as características que tornam um processo apropriado para ser externalizado, o alto nível de conhecimento especializado é o factor mais referido pelos gestores portugueses (70%) e curiosamente o menos apontado pelos gestores espanhóis (apenas 40% consideram a procura de competência especializada uma razão para se optar pelo outsourcing).
Já quanto à expectativa de se obterem grandes poupanças em custos, esta é uma condição imprescindível para 76% dos espanhóis ? aliás é o factor mais referido pelas grandes empresas do país vizinho ? e um aspecto menos valorizado pelos gestores portugueses (apenas 58% o refere como um argumento da decisão, sendo que é o terceiro factor mais referido).rc=