A lealdade às marcas é um dos pontos que mais tem preocupado os retalhistas e produtores. Com a oferta a multiplicar-se, com as plataformas a serem cada vez mais ‘rios de impactos’, muito do que era a experiência das gerações mais velhas com as marcas está a ser ‘consumida’ pela nova geração.
Segundo um artigo do site Retail Dive, publicado no início de dezembro, poderemos mesmo estar a ver a lealdade às marcas paulatinamente a desaparecer e, diz a mesma publicação, a culpa pode ser da geração Z. Privilegiando a individualidade, dividindo-se socialmente em pequenos nichos, contudo, este tipo de consumidor continua muito sensível a um fator: o preço.
Para se ter uma ideia, 60% da Geração Z concorda que as marcas que compram são uma expressão de quem são e 77% não querem sentir-se como se estivessem numa caixa, ou seja, estratificados em grupos, de acordo com dados da pesquisa de 2020 da Wunderman Thompson Intelligence.
Definidos como o grupo de indivíduos nascidos entre 1997 e 2012, esta geração está a ganhar poder de compra, tanto que os gastos auto-relatados dos indivíduos desta faixa etária aumentaram ligeiramente em 3% ano a ano, para 2.331 de dólares, de acordo com a pesquisa de outono de 2022 da empresa de pesquisa Piper Sandler, sendo que os indivíduos do sexo feminino também lideraram esse aumento de gastos, com o gasto geral desse grupo a subir 10% ano a ano e as roupas a representarem 30% da sua participação.
Em termos de marcas, Amazon, Walmart, Target, Dollar Tree e Nike foram classificadas entre as 15 marcas favoritas da geração Z, de acordo com um estudo realizado pela empresa de pesquisa Morning Consult com cerca de 2.031 adultos da geração Z nascidos entre 1997 e 2004.
Mas há mais dados interessantes. Segundo a Morning Consult, a geração Z é mais difícil de agradar no geral, identificando-se com aspetos mais ‘verdes’ sobre o que consomem. Em termos de valores, a geração Z é atraída pela auto-expressão, transparência e e autenticidade, mesmo que o preço ainda seja um aspeto muito relevante para este grupo. A forma como uma marca se envolve e demonstra a sua transparência é fundamental para o seu sucesso entre essa faixa etária.
“Não são apenas as palavras que as marcas estão a usar ou as imagens que estão a mostrar”, disse Safian-Demers. “Acho que a ideia de convidar a geração Z para o processo da marca, para o desenvolvimento de produtos, dar à geração Z um lugar à mesa, é uma forma muito boa de envolver essa geração”, sintetiza a especialista ouvida pela Retail Dive.