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5 temas que marcaram 2011

5 temas que marcaram 2011

Em jeito de fecho de ano, quisemos perceber quais os acontecimentos que, de uma forma positiva ou negativa, marcaram e alteraram irremediavelmente a Distribuição moderna, seja na sua forma de fazer negócio ou de “tratar” os seus clientes. 

Para isso, pusemos vários acontecimentos ao escrutínio do conselho editorial da DISTRIBUIÇÃO HOJE, composto por Beatriz Imperatori, diretora-geral da Centromarca, João Barros, Docente universitário, José António Rousseau, consultor e docente universitário, Manuela Botelho, diretora-geral da APAN, Pedro Dionísio, Partner da GConsulting e Professor no ISCTE Business School e Pedro Queiroz, diretor-geral da FIPA. O que apresentamos de seguida é a lista dos cinco acontecimentos mais votados.

Tablets e smartphones proliferam no mercado

 

Os smartphones e os tablets vieram para ficar… e para revolucionar a forma de comunicar com o consumidor. Não só permitem estar acessível em qualquer lugar e a qualquer hora, como permitem chegar ao consumidor de um modo diferente. Várias são as empresas que estão a investir em comunicação compatível com este meios e a construírem aplicações informativas e/ou lúdicas que permitem estabelecer uma ponte com o consumidor.

Vários especialistas indicam que o mobile marketing e a compra usando o telemóvel será a próxima grande tendência.

 

Sonae e Recheio no negócio dos pequenos espaços comerciais: “Meu Super” e “Amanhecer”

Foi no início de 2011, em janeiro, que o Recheio apresentou o projeto “Amanhecer” que prometia revitalizar as mercearias de bairro. Segundo David Lopes, administrador do Recheio, “o comércio tradicional e os valores que lhe estão associados têm espaço para renascer. Este projeto, ao qual a minha equipa dedicou longas horas de pensamento e de trabalho, é o nosso contributo para manter viva a tradição do comércio alimentar de proximidade e, por essa via, fidelizar e aumentar a nossa base de clientes, por um lado, e, por outro, aprofundar as relações comerciais já existentes, por outro”. 

 

Poucos dias depois, em fevereiro de 2011, foi a vez da Sonae apresentar o seu novo projeto “Meu Super”, que assentava igualmente num formato de pequena distribuição de proximidade, mas desta vez em regime de franchising.

Os novos supermercados terão entre 150 m2 e 1000 m2, e estarão “predominantemente em zonas habitacionais”, explicava a Sonae em comunicado.

 

“Os parceiros da Sonae no ‘Meu Super’ beneficiam da garantia de preços competitivos, de uma gama ampla e profunda de produtos de marca própria Continente e de fornecedor, com os mais rigorosos padrões de segurança alimentar, a utilização de sistemas informáticos idênticos aos das restantes lojas da Sonae, bem como da excelência da plataforma logística”, refere aquela empresa.

Insolvência da Manuel Nunes & Fernandes

Foi em setembro de 2011 que em comunicado, a Manuel Nunes & Fernandes dava a conhecer que “é com um grande sentimento de tristeza, mas também de responsabilidade, que a empresa se encontra neste momento a aguardar a declaração de Insolvência pelo Tribunal, e a nomeação do respetivo Administrador de Insolvência, tendo como principal objetivo a atual Administração colaborar ativamente junto do mesmo na implementação do seu Plano de Recuperação, sustentabilizando a sua permanência no mercado”.

Segundo o Grupo, para esta decisão muito contribui a “fortíssima pressão concorrencial no seu setor de atividade, quer ao nível de preço, quer em termos da oferta de marca própria, o que aliado ao aprofundamento da crise económica que se tem verificado e consequente diminuição de consumo, às próprias dificuldades da indústria nacional, às alterações verificadas no sistema bancário que obrigaram a amortizações elevadas de financiamentos que se encontravam estabelecidos e agravamento dos spreads aplicados, à posição assumida pelas seguradoras de crédito que estrangularam por completo a atividade da empresa impossibilitando o seu normal funcionamento”.

E foi assim que o mercado viu uma empresa que operava no setor há mais de 30 anos ser obrigada a fechar as portas.

Aumento do IVA

Confirmou-se no final de novembro de 2011, o aumento da taxa de IVA para um cabaz de produtos agroalimentares. Esta medida já a gerar muita contestação, em especial no setor da restauração que vê assim o imposto sobre o valor acrescentado subir para 23%. 

Entre os produtos que veem o IVA aumentar para a taxa máxima estão as bebidas, refrigerantes, as sobremesas lácteas e ainda a batata fresca descascada. As alterações na tabela do imposto preveem ainda a subida de 13% para 23% das conservas de frutas e produtos hortícolas, óleos e margarinas alimentares, café, pizzas e refeições prontas a comer, seja em regime de pronto a comer ou de entrega ao domicílio.

As águas de nascente ou águas minerais passam da taxa reduzida de 6% para a intermédia de 13%.

Segundo a Kantar Worldpanel, o impacto que terá nas famílias estas alterações do IVA será de um custo acrescido de 17€ por ano, por lar. 

Mudança do comportamento do consumidor face à crise

A crise levou a uma mudança no comportamento do consumidor. Os consumidores apresentam-se mais ponderados e a valorizarem mais o dinheiro que gastam e o retorno que têm, a nível pessoal, pelo seu investimento.

Estão mais informados, porque também têm mais acesso a mais informação e ferramentas que lhes permitem comparar os preços, sendo que a experiência de compra é cada vez mais valorizada.

O aumento dos impostos e as dificuldades económicas vividas no país faz com que os consumidores valorizem os descontos e talões das marcas, pois veem-nos como uma forma inteligente de pouparem, sem deixarem de comprar o que precisam. O mesmo fenómeno de contenção leva a que os consumidores privilegiem em muitas situações as MDD, que veem assim o seu consumo a subir.

A frequência das compras aumenta, no caso dos FMCG, mas a quantidade de produtos adquiridos por compra baixa significativamente, ou seja, compramos mais vezes, mas menos de cada vez.

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