Durante os últimos anos muita tem sido a disrupção introduzida no seio da estratégia de marcas e do retalho. Porém, até por uma questão de identidade, muitas insígnias mantêm as tradições originais, como a sua imagem, dando-lhe apenas pequenos retoques para ficarem mais apelativas ao consumidor. Contudo, não é um desses casos o que iremos abordar. Aqui falaremos da Toblerone, a reconhecida marca de chocolates que se identifica com um dos mais conhecidos picos da Suíça, o Matterhorn.
Pois bem, a marca foi recentemente forçada (a transição de imagem tem de acontecer até ao final de 2023) a abandonar a sua icónica imagem de marca e passará, agora, a apresentar um novo logotipo aos consumidores. Mas porquê esta alteração? Será uma escolha ou uma ‘obrigação’? Pois bem, a explicação é simples. É que depois de o proprietário americano da barra de chocolate, a Mondelez, ter decidido transferir parte da produção para a capital eslovaca de Bratislava este ano, a marca está obrigada pela legislação suíça a alterar-se em termos de imagem.
Segundo explica o Washington Post, fruto de novas leis que entraram em vigor na Suíça em 2017, as empresas devem mostrar que os seus produtos são suficientemente “suíços” para reivindicar esse rótulo e usar símbolos nacionais da Suíça. É que a ‘Swissness’ tem sido associada a produtos de prestígio, como relógios suíços, mas, para usufruir desta ‘vantagem’, é necessário ter atividade principal no país.
De acordo com estudos levados a cabo pelas Autoridades suíças na altura em que foi lançada a nova legislação, uma marca que usufrua de uma associação ao país pode adicionar até 20% ao preço de um produto, um valor que, segundo o apurado, pode subir ainda mais para bens de luxo.
O rótulo [suíço] foi “muito cobiçado e mal utilizado”, no país e no exterior, de uma forma que prejudicou a sua credibilidade, explicaram as autoridades em 2017.
Assim, para reclamar símbolos, identidade ou nomenclatura associada à Suíça, os produtos alimentícios devem obter pelo menos 80% das suas matérias-primas no país para se qualificarem como fabricados na Suíça – ou 100% no caso de leite e produtos lácteos.
Esta não é o primeiro caso: Autoridades britânicas já tinham reclamado
Há um outro caso a envolver estes chocolates. Em 2016, segundo o Washington Post, o governo britânico solicitou explicações à Mondelez porque esta tinha reduzido o tamanho do conhecido chocolate Tloberone. Na altura, questionou-se se a decisão estaria relacionada com o Brexit? Mas, como explica a publicação norte-americana, “como se viu, não. A redução no peso das barras foi planejada há muito tempo e devido ao aumento do preço de alguns ingredientes, disse a empresa na época.”