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Especial Vinhos

Santos da Casa: criada a pensar na distribuição

gama de vinhos Santos da Casa

Apreciadores de vinho, Alzira Santos e Pedro Seixo estudaram o mercado e decidiram lançar a marca Santos da Casa dirigida ao mercado da distribuição moderna. Para já, sem quinta ou adega, apostaram em comprar uva e vinho nas regiões preferidas pelo consumidor: Douro e Alentejo.

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Alzira Santos, analista química reformada, conhece Pedro Seixo desde sempre, devido à amizade de longa data com a sua mãe. Apreciadora de viagens e de vinhos, principalmente Verdes, estranhou não ver mais vinhos portugueses no Brasil, onde é visitante assídua, pelo que quando Pedro ficou desempregado, após ter saído da Makro em 2012, sabendo-o também apreciador de vinhos, propôs-lhe fazer-se um estudo de mercado para analisar a criação de uma nova marca. O estudo fez-se e, em 2014, nasceu a Santos & Seixo, focada na criação de vinhos para a distribuição moderna em Portugal e lá fora.

 

A empresa quer trazer um novo olhar sobre os vinhos de Portugal, uma vontade de partilhar a sua paixão, trazendo novos consumidores ao mundo dos vinhos portugueses. Assim, em maio de 2015, foi lançada a marca Santos da Casa, com a assinatura “Santos da Casa fazem milagres”, trocando as voltas ao ditado popular, e com uma imagem chamativa e diferente do habitual.

A Santos da Casa aposta, para já, em duas regiões – Douro e Alentejo – e três segmentos – Colheita, Reserva e Grande Reserva, organizados no sentido de facilitar a escolha dos consumidores no momento da compra do vinho, através de uma identificação inovadora no rótulo – Intenso ou Macio – e no contrarrótulo de um gráfico de medição simples, por barras, dos seus principais atributos: Intenso, Macio, Fresco e Doce. (Ver Foto)

 

A Santos & Seixo explica que “os vinhos da gama Colheita são caracterizados pela expressão de fruta e simbolizam o espírito de inovação da empresa, aliado ao respeito pelo terroir. A gama de vinhos Reserva exprime a personalidade de cada região. São vinhos completos e com potencial de envelhecimento. Na gama Grande Reserva são produzidos vinhos de lote provenientes das melhores vinhas portuguesas. Com grande personalidade, refletem a elegância e uma real noção de origem”.

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Descomplicar o vinho

Trata-se de um projeto que trabalha com as melhores uvas e que procura reavivar a cultura e o espírito singular que existe em Portugal na criação de vinhos. Pelo que o objetivo da Santos & Seixo é colocar à venda vinho de qualidade, só de castas nacionais, a um preço justo para o consumidor. “Mas também quisemos descomplicar o ato de compra, criando uma marca multi região com o mesmo nome ‘Santos da Casa’”, explica o cofundador da empresa, salientando que a escolha das duas regiões vitivinícolas nacionais de maior relevo dirige-se ao consumidor masculino, uma vez que “os homens compram pelas marcas que conhecem e pela região. Já as mulheres são quem faz, habitualmente, as compras para a casa e no vinho, por vezes, o ato de compra é impulsivo, sendo o rótulo determinante, daí termos criado um rótulo chamativo e bastante diferente da maioria dos vinhos portugueses”.

 

Esta marca, direcionada à distribuição moderna e cuja gama de preço varia entre os 5,50€ e os 23€, iniciou a sua comercialização ao público no final de maio, sendo o Pingo Doce a primeira ‘montra’.

Pedro Seixo revela à DISTRIBUIÇÃO HOJE que “estamos em negociações avançadas com outras superfícies”. O diretor-geral da Santos & Seixo frisa, todavia, que “nos segmentos Reserva e Grande Reserva estamos também a apostar na comercialização no HoReCa e garrafeiras”.

A escolha das uvas e elaboração dos vinhos esteve inicialmente na mão do enólogo Hélder Cunha, da Casca Wines, pela identificação entre os dois projetos – ‘sem terra, nem adega’ –, mas Pedro Seixo conta-nos que “chegou a altura de seguirmos caminhos separados, pelo que convidámos o Paolo Nigra a trabalhar connosco e os vinhos que iremos lançar a partir de agora são da sua responsabilidade”.

Paolo Fiuza Nigra é dono e também enólogo dos vinhos Fiuza, a par de Peter Bright, e igualmente responsável pelos vinhos Pontual, da PLC – Companhia de Vinhos do Alandroal, projeto que criou em conjunto com Luís Bulhão Martins e Carlos Portas.

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Novos ‘milagres’

Exportar é também é um dos objetivos da Santos& Seixo, sendo que o Grande Reserva Douro é já comercializado pela LCBO no Canadá, e o responsável da empresa pelo mercado internacional está a negociar com vários importadores do Benelux, Suíça e França.

As apostas futuras da marca Santos da Casa passam por “lançar um Branco do Dão e um Alvarinho, que é a minha casta preferida”, afirma Alzira Santos, bem como “um Late Harvest, ainda não decidimos de que região, e um Porto”, acrescenta Pedro Seixo.

O cofundador da empresa revela-nos também que “ainda este ano vamos lançar uma segunda marca para vinhos entrada de gama (até 3€), Tinto e Branco e com uma produção de cerca de 25.000 garrafas de cada. Serão vinhos do Alentejo, fáceis de beber”.

Devido à boa aceitação dos seus vinhos no mercado nacional e às expetativas positivas que o mercado internacional também já indicia, a Santos & Seixo vai também aumentar a produção dos segmentos Colheita (de 15.000 para 20.000 garrafas), Reserva (de 6.000 para 10.000) e Grande Reserva (de 2.500 para 5.000 garrafas), embora este último só seja lançado em anos muito bons.

“Queremos cimentar a marca Santos da Casa e crescer de forma sustentada, continuando a ter custos fixos reduzidos, mas daqui a dois ou três anos, está nos planos adquirirmos uma quinta com adega, que possa representar a nossa identidade”, revela o diretor-geral.

Para já a elaboração dos vinhos Colheita e da nova marca, será feita em duas adegas – no Douro e no Alentejo – em regime de prestação de serviços, estando o enólogo, em conjunto com os fundadores, já a escolher uvas para os próximos Colheitas e para a nova marca, bem como o vinho (em barrica) para os Reserva e Grande Reserva. “Mas a palavra final é de toda a equipa da Santos & Seixo, uma vez que fazemos sempre provas com todos para escolhermos os vinhos mais consensuais”, adianta Pedro Seixo.

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