A guerra na Ucrânia não impactou diretamente no fornecimento de cereais para a Nestlé Portugal. Para tal, contribui o facto de 40% das compras serem feitas em Portugal e as restantes em Espanha e França.
Apesar disso, segundo explica o Jornal de Negócios, a atividade foi afetada pelo aumento de custos dos fatores de produção – com a escalada dos preços da energia à cabeça, o que levou inclusive a repercutir parte nas vendas ao consumidor.
“Como todas as empresas no segmento alimentar, estamos claramente numa situação difícil”, explicou o diretor-geral da Nestlé Portugal, Paolo Fagnoni. A energia é a principal preocupação, com a fatura do gás e eletricidade das fábricas (uma no Porto e outra em Avanca) ter aumentado entre seis e sete milhões de euros, desde o início do ano.
A seguir à energia, o aumento do preço das matérias-primas é outro fator de aumento dos custos de produção. Face a isto, a empresa afirma ter sido “inevitável” a transferência parcial dos custos para o cliente final, com um aumento médio dos preços “entre 7 e 8%” (em euros por quilo).
A Nestlé Portugal fechou o ano passado com vendas de 625 milhões de euros, traduzindo um aumento de 9,3%, alavancado sobretudo pelos segmentos do café em cápsula, produtos de base vegetal, nutrição clínica e alimentação animal. Para este ano, a antecipação é de uma subida das vendas “de 5, 6% ou ainda mais”.