Com o novo paradigma comportamental, 88% dos portugueses alteraram os seus hábitos de consumo e, consequentemente, o seu carrinho de compras, com “medo de rutura/falta de stock” (89%), sendo 45% das compras em artigos de limpeza/higiene e 35% em artigos de alimentação. 70% dos inquiridos/as dizem “querer estar o menor tempo possível no supermercado” pelo que recomendam a criação de “zonas exclusivas de artigos/bens essenciais” para “tornar as compras mais rápidas” (25%).
Estas são seis das conclusões do estudo de mercado conduzido pela Levelsource que indica que a pandemia Covid-19 e as medidas implementadas pelo Estado Português provocaram diversas alterações, no que diz respeito aos hábitos de consumo dos portugueses, pela mudança, mais ou menos acentuada, das suas condições de vida. Segundo o estudo, realizado entre os dias 30 de março e 10 de abril, 88% dos inquiridos/as “alteraram os seus hábitos de consumo”, por duas principais razões: (i) o aumento do consumo devido à presença simultânea no lar de todos os membros da família durante um maior período (96% dos inquiridos/as); e (ii) o aumento do número de refeições feitas/preparadas em casa (82% dos inquiridos/as).
Com este “novo paradigma comportamental”, os portugueses com “medo de rutura/falta de stock” (89%) fazem agora 45% das suas compras em artigos de limpeza/higiene e 35% das suas compras em artigos de alimentação.
No polo oposto, 95% dos inquiridos/as declaram que “reduziram a compra de artigos de cosmética e perfumaria”, porque “reduziram os seus momentos de socialização”.
Já quanto aos canais preferidos dos portugueses são, 72% compras presenciais são efetuadas em supermercados; 20% das compras são online, com o consequente “aumento do tempo para entrega”; 3% opta pelo comércio local (talhos e frutarias, em particular), quando estes têm “restrições de mobilidade”; e 5% fazem-no de forma indiferenciada.
Com o e-commerce a registar um crescimento exponencial, 97% dos/as inquiridos/as dizem que o canal online “é mais económico”, porque “pouparam mais nas compras realizadas desta forma” (88%), dado que, “só compram o que realmente precisam” (95%).
87% declaram que fazendo compras presenciais “aproveitam mais as promoções do que fazendo online” e, desta forma, “fazem mais compras de artigos em promoção” (87%). Contudo, 85% dos/as inquiridos/as reconhecem que mesmo assim “gastam mais” no presencial, porque “não resistem à compra por impulso” (79%).
No que diz respeito aos pagamentos, 55% realizaram os pagamentos via cartão (55%), contactless (35%) ou MBWay (10%), sendo uma clara preocupação “evitar qualquer tipo de contacto” (89%). 61% dizem que “estas formas de pagamento são as únicas possíveis nos estabelecimentos onde realizaram as suas compras”, como por exemplo “nas farmácias” (53%).
Um quarto dos/as inquiridos/as gostariam que os supermercados tivessem “zonas exclusivas de artigos/bens essenciais” para “tornar as compras mais rápidas”, porque 70% afirmam “querer estar o menor tempo possível no supermercado”.
António Mendes, diretor geral da Levelsource, refere que “as medidas implementadas pelo Estado português e consequente isolamento social, condicionou a vida dos portugueses de tal forma que os seus hábitos de consumo também sofreram grandes mudanças”.
Em suma, o responsável da consultora, salienta que os portugueses compram “de forma diferente, em número e em categoria de produto – um fenómeno que revela ter um impacto positivo no volume de vendas, nomeadamente em artigos de limpeza/higiene e alimentação”.