Phil Hogan , o comissário responsável pelo Comércio, salientou que “a proteção da propriedade intelectual, como as marcas, as patentes ou as indicações geográficas, é fundamental para o crescimento económico da UE e para a capacidade de incentivar a inovação, bem como para continuarmos a ser competitivos a nível mundial”.
O responsável pela pasta do comércio europeu refere mesmo que “os setores que dependem da propriedade intelectual geram até 82% de todas as exportações da EU”. Por isso, “as violações da propriedade intelectual, incluindo a transferência forçada de tecnologias, o roubo de propriedade intelectual, a contrafação e a pirataria, ameaçam anualmente centenas de milhares de postos de trabalho na UE”.Segundo as informações apresentadas no relatório, estas permitirão que a UE se torne “ainda mais eficiente na proteção das empresas e dos trabalhadores da UE contra as violações da propriedade intelectual, como a contrafação ou a pirataria em matéria de direitos de autor”.
As prioridades geográficas e temáticas da ação da UE para proteger os direitos de propriedade intelectual baseiam-se no nível de prejuízo económico para as empresas da UE. O relatório contribuirá para concentrar e orientar ainda mais os nossos esforços. A lista atualizada dos países prioritários constante do relatório continua dividida em três categorias, refletindo a escala e a persistência dos problemas: 1) China; 2) Índia, Indonésia, Rússia, Turquia, Ucrânia; 3) Argentina, Brasil, Equador, Malásia, Nigéria, Arábia Saudita e Tailândia.
 A China está na origem de uma parte dominante das mercadorias de contrafação e das mercadorias-pirata que entram na UE, tanto em termos de valor como de volume. Mais de 80% das mercadorias de contrafação e das mercadorias-pirata apreendidas pelas autoridades aduaneiras da UE provêm da China e de Hong Kong.
O elevado nível de proteção da propriedade intelectual constitui uma norma em todos os acordos comerciais da UE. A Comissão também participa em diálogos, grupos de trabalho e programas técnicos com os principais países e regiões, como a China, a América Latina, o Sudeste Asiático ou a África.
 O relatório põe igualmente em destaque a propriedade intelectual relacionada com as variedades vegetais. O melhoramento vegetal pode desempenhar um papel importante no aumento da produtividade e da qualidade na agricultura, minimizando ao mesmo tempo a pressão sobre o ambiente. A UE pretende incentivar o investimento e a investigação neste domínio, nomeadamente no desenvolvimento de novas culturas resistentes à seca, às inundações, ao calor e à salinidade, a fim de responder melhor às consequências negativas das alterações climáticas. A proteção das variedades vegetais torna-se, portanto, uma das prioridades da Comissão no próximo período.
De acordo com os números da UE, a s indústrias que utilizam de forma intensiva a propriedade intelectual representaram cerca de 84 milhões de postos de trabalho europeus e 45% do PIB total da UE no período 2014-2016. tendo gerado 82% das exportações da UE. Nestes setores, a UE regista um excedente comercial de cerca de 182 mil milhões de euros. Além disso, estima-se que 121 mil milhões de euros, ou seja, 6,8% do total das importações na UE, correspondem a mercadorias de contrafação ou a mercadorias-pirata.