Os principais supermercados do Reino Unido e cadeias de fast food, como KFC e McDonald, uniram forças para alertar o governo britânico que uma partida drástica do país da União Europeia (UE), em 29 de março, irá causar uma escassez de alimentos e aumento de preços.
Numa carta aos deputados da Câmara dos Comuns, Sainsbury, Waitrose, Asda, Marks & Spencer, The Co-op e Lidl antecipam “problemas significativos” nas cadeias de fornecimento se o país sair da UE sem um acordo bilateral e passe reger-se pela regulamentação tarifária da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na carta, coordenado pelo British Retail Consortium (BRC, em Inglês), advertem que um Hard Brexit causa atrasos na entrada de mercadorias pelas alfândegas, levando a um déficit de certos alimentos, e a um aumento de preços como resultado das novas taxas.
“Estamos extremamente preocupados, porque os nossos clientes serão os primeiros a sofrer as realidades de um Brexit sem acordo”, dizem os signatários.
“Prevemos riscos significativos na capacidade de manter a variedade, qualidade e durabilidade dos alimentos que os nossos clientes esperam nas nossas lojas, e haverá inevitável pressão sobre o preço dos alimentos, custos de transporte mais elevados, desvalorização da moeda (Libra) e tarifas “, acrescentam.
As empresas dizem que em março, quando o país tiver que sair do bloco europeu, a situação será ainda mais grave, já que a maioria dos produtos é importada. “90% da alface, 80% dos nossos tomates e 50% da nossa fruta vêm da UE”, salientam.
Os gigantes da indústria alimentar pedem aos deputados que se unam para evitar “o golpe” que significará uma saída não negociada da UE.