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Sustentabilidade

Pandemia alterou os hábitos dos consumidores portugueses

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A situação atual vivida no país e no mundo fez surgir um consumidor mais ponderado, com maior sentido de responsabilidade social e mais consciente. Esta é uma das conclusões do Observatório de Tendências, que teve como objetivo identificar as tendências emergentes do contexto de pandemia da covid-19.

A maioria dos inquiridos (65%) considera que a pandemia pode levar a transformações positivas em matéria ambiental. Quando questionados sobre os comportamentos concretos adotados, cerca de 50% refere alterações estruturais no que diz respeito à reciclagem, reutilização e redução do consumo e do uso de plástico.

 

“Um dos pontos que merece a nossa atenção é certamente o facto da covid-19 ter provocado a reflexão sobre o consumo sustentável e feito com que as pessoas se preocupassem em adotar estilos de vida cada vez mais ecológicos”, destacou Steven Breakeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal.

No evento de lançamento do Observatório de Tendências, o responsável salientou que, “apesar de observarmos uma tendência para um capitalismo cada vez mais consciente, temos de ter muito cuidado para que o consumo de forma sustentável se mantenha, e para que não se reverta a tendência devido a questões de custo”.

 

Alterações de comportamento: duradouras ou conjunturais?

De acordo com o estudo, uma média de 13% dos inquiridos considera que os comportamentos que alterou, em todas as matérias, vai manter-se. As alterações mais temporárias referidas pelos inquiridos abrangem o que foi diretamente afetado pela situação de distanciamento social e confinamento: relacionamentos interpessoais, equilíbrio da vida profissional e pessoal, compras.

 

Impacto da pandemia nos valores

Em relação aos comportamentos desencadeados pela pandemia, 2/3 dos inquiridos considera que o período de confinamento gerou um movimento positivo de responsabilidade e ajuda mútua. Contudo, os jovens e aqueles que apresentam rendimentos mais baixos acreditam no oposto.

 

Para a maior parte dos inquiridos (58%), a evolução de justiça e igualdade social durante o confinamento foi negativa, ou neutra. Menos de 10% perceciona uma evolução positiva. “Esta perceção parece ser transversal à sociedade, uma vez que não se registam diferenças de perceção entre idades ou níveis de rendimento”, de acordo com o Observatório de Tendências.

O mesmo estudo realizado em países da América do Sul revela dados ainda mais pessimistas, com 75% dos participantes a responder que a evolução de justiça e igualdade social piorou durante o confinamento. No entanto, inquiridos da Europa do Norte percecionaram a evolução de justiça e igualdade social de forma diferente e mais otimista, com apenas 33% dos participantes a considerar que piorou.

Que transformações positivas esperam ver os portugueses nos próximos 18 meses na nossa sociedade? 

De modo geral, os inquiridos encontram-se otimistas em relação às transformações que possam ocorrer no futuro. A preocupação com a saúde e proteção, uma alimentação mais saudável e local e o apoio da tecnologia são as principais melhorias esperadas. No entanto, é de notar que para 20-25% dos inquiridos, temas como tempo pessoal e com a família, ações de solidariedade, e eficácia e velocidade das decisões vão sofrer uma evolução negativa no futuro, conclui o estudo.

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