De acordo com o inquérito do Eurobarómetro, realizado em Maio deste ano, três quartos dos inquiridos consideram que a pobreza aumentou no seu país, no último ano. Estes dados surgem numa altura em que o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social já vem a meio e após o compromisso assumido, em 17 de Junho, pelos dirigentes da UE, de retirar 20 milhões de europeus da pobreza e da exclusão social na próxima década.
«Os resultados do inquérito confirmam que a pobreza é um grave problema na UE e que a situação económica e financeira está a agravar ainda mais a situação», declarou recentemente László Andor, comissário europeu para o Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão.
O Eurobarómetro revelou também que 3 em cada 10 europeus consideraram que se tornou mais difícil suportar as despesas de saúde. Já no que respeita ao trabalho, 18% dos trabalhadores inquiridos exprimiram pouca ou nenhuma confiança na possibilidade de manterem os seus empregos actuais nos próximos 12 meses. Por outro lado, 49% afirmaram acreditar ter pouca ou nenhuma possibilidade de encontrar um novo emprego num período de seis meses, caso venham a ser despedidos.
Os cidadãos da UE mostraram-se também reticentes em relação ao futuro das pensões de reforma, sendo que 73% disseram prever uma diminuição dos seus direitos de pensão ou acreditar que terão de adiar a sua aposentação ou poupar mais dinheiro para a velhice. Na globalidade, o Eurobarómetro concluiu que, nos 17 estados-membros, a maioria dos inquiridos está muito ou relativamente preocupada com a possibilidade de o seu rendimento na velhice não ser suficiente para levar uma vida digna.
De acordo com o boletim da Representação da Comissão Europeia em Portugal, para este inquérito foram entrevistados 25 600 cidadãos, por via telefónica, em todos os Estados-Membros da UE. A selecção dos inquiridos foi feita aleatoriamente, tendo sido corrigida posteriormente de modo a que as discrepâncias demográficas conhecidas fossem tidas em conta.