Segundo aquele estudo, o ano de 2011 revelou uma alteração no consumo dos lares portugueses, comparativamente com o ocorrido em 2010. Embora os consumidores estejam a comprar, sensivelmente, a mesma quantidade (-0,4%), não fazem refletir o peso da inflação nas suas despesas. Na realidade os lares portugueses “gastam apenas mais 1,3% face a 2010, valor abaixo do IPC para esta área”, refere a Kantar Worldpanel em comunicado.
O comprador português está a transformar-se num smart downtrading shopper. Ou seja, compra de forma mais frequente e menos de cada vez, com uma preocupação sistemática ao preço. Trata-se de um consumidor que tende a comprar sistematicamente mais barato ou então com a melhor relação preço/função, só escolhendo as marcas mais caras quando vê nelas um valor claro para si, que justifique o gasto.
Categorias com preços mais elevados como águas com gás, iogurtes saúde (bifidus, L. Casei, etc), vinhos, pão fresco, carne fresa, peixe e marisco fresco e bacalhau seco estão a cair no consumo. Em sentido contrário estão categorias como águas sem gás, iogurtes básicos tradicionais, Ice Tea, pão industrial, carne congelada, conservas de atum e salsichas e bacalhau congelado. Nesta atitude de downtrading está incluída também a opção pelas marcas da distribuição (MDD), que continuarão a ganhar espaço. A Kantar Worldpanel prevê que em 2015, as MDD representem mais de 41% do valor total gasto pelos lares portugueses em produtos de grande consumo.