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Comércio

Comércio de rua mostra-se mais dinâmico em 2020

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De acordo com um recente research da CBRE “Tendências do Mercado Imobiliário 2020”, o crescimento do consumo privado deverá abrandar relativamente aos últimos dois anos, mas ainda assim aumentar 1,9% em 2020, enquanto o volume de negócios do comércio a retalho deverá incrementar cerca de 3%. O comércio eletrónico, por sua vez, continuará a crescer a um ritmo bem mais acelerado, de 10%, mas estima-se que represente apenas 4,3% do total das vendas em 2020.

Assim, os centros comerciais são um mercado maduro, onde não são esperados novos empreendimentos. “Devemos, no entanto, continuar a assistir a novos projetos de expansão, prevendo-se a conclusão do NorteShopping e do Ubbo e o arranque das obras no Colombo”, adianta a consultora.

 

No formato de retail park prevê-se igualmente algumas expansões, nomeadamente no Matosinhos Retail Park, bem como o desenvolvimento de novos projetos, nomeadamente a inauguração do Lisboa Retail Park (33.000 m2) e o início das obras do Estoril Retail Park (8.000 m2), ambos na região de Lisboa.

“A experiência do consumidor está no foco da estratégia dos centros comerciais, e os projetos de expansão e de remodelação têm isso presente, aproveitando para incrementar outros usos e diversificar a oferta”, refere a CBRE.

 

A conclusão, por isso, é de que “não é só a renovação das praças de restauração, é necessário criar zonas de entretenimento e lazer, e espaços de co-working, nomeadamente em centros urbanos. O centro comercial deixa de ser o place to buy para ser o place to be.”

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Segundo a consultora especialista no mercado imobiliário, apesar de o comércio eletrónico não ter ainda expressão relevante em Portugal, “a omnicalidade é já uma realidade, à qual os retalhistas e os centros comerciais vão-se adaptando gradualmente”.

Na realidade, os retalhistas procuram maximizar a experiência na própria loja, nomeadamente com melhor exposição do produto e espaços dedicados ao levantamento de encomendas online (click and colect). Por outro lado, é cada vez maior o número de empresas, criadas com base no online, que abrem lojas pop-up e mais tarde uma loja tradicional. Estas novas lojas trazem ao centro comercial uma maior diversidade no tenant-mix.

 

Os centros comerciais vão assim continuar a “adaptar-se às novas exigências do mercado, assegurando um ligeiro aumento das vendas, entre 2% e 3%, apesar de uma estabilização no número de visitas, à semelhança do que se tem verificado nos últimos anos”, diz a CBRE.

Quanto ao comércio de rua, este vai manter um dinamismo “elevado”, particularmente em zonas impactadas pelo crescimento do turismo e pela reabilitação de diversos edifícios. “Continuamos a ter uma elevada procura para os eixos principais”, diz a CBRE.

A conclusão das obras em alguns edifícios da Avenida da Liberdade, em Lisboa, vai permitir a entrada de novas insígnias de luxo e premium. O mesmo se verifica na Avenida dos Aliados no Porto, onde a remodelação de diversos edifícios permitiu a abertura de quatro marcas de segmento alto em 2019 que sairão reforçadas com as novas aberturas em 2020, posicionando esta avenida como a artéria de maior prestígio na cidade invicta.

À medida que vão sendo reabilitados diversos edifícios e não há disponibilidade nos eixos principais, “assistimos ao dinamismo e reposicionamento de outras artérias na sua proximidade”, refere a consultora, adiantando que, em 2020, “deveremos assistir a uma maior dinâmica em termos de aberturas na Rua do Ouro e ao renascimento do Rossio como uma das praças mais emblemáticas da cidade”.

Assim, as rendas do comércio de rua vão continuar a aumentar na maioria das zonas de comércio de Lisboa e Porto atingindo 140€/m2/mês na Rua Garrett (+4%), 70€/m2/mês em Santa Catarina (+8%) e 60€/m2/mês na Avenida dos Aliados (+9%).

Já nos centros comerciais e nos retail parks, não se preveem subidas das rendas prime, embora possam verificar-se aumentos pontuais nos novos projetos de expansão.

Principais tendências:

  • Expansão do comércio de rua para ruas transversais aos eixos principais
  • Aumento das rendas
  • Expansão de alguns centros comerciais e construção de novos retail parks
  • Crescimento do comércio electrónico mas com uma representatividade ainda reduzida

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