Os investidores estrangeiros foram responsáveis por mais de 90% do investimento imobiliário comercial realizado em Portugal no primeiro trimestre deste ano, num total de 359 milhões de euros. Os números foram revelados pela consultora JLL, no seu mais recente estudo Market Pulse.
De acordo com o estudo, os investidores nacionais mantêm um peso reduzido no volume investido (8%), apesar de terem realizado cinco das 11 operações registadas no mercado nestes primeiros três meses do ano, o que traduz um ticket de investimento por negócio baixo.
“O ano começou muito dinâmico e, apesar de se terem fechado algumas operações que se encontravam em pipeline em 2016, muitas outras ainda estão por concluir: Se a maioria dos negócios que estão em curso forem efetivamente concluídos, antevemos o melhor ano de sempre, com a possibilidade de se transacionarem mais de 2 mil milhões de euros”, revela Fernando Ferreira, Head of Capital Markets, da JLL.
No primeiro trimestre do ano, os segmentos retalho e escritórios, com pesos de 61% e 26% do capital investido, respetivamente, foram os mais ativos, embora a hotelaria também se tenha destacado, com a transação do Lux Park Hotel. O retalho foi o segmento que concentrou a maior operação do trimestre, com a venda do Vila do Conde Outlet, por 130 milhões de euros; seguindo-se, nos escritórios, a venda do edifício Entreposto, em Lisboa, por 65,5 milhões de euros.
“As yields diminuíram em todos os setores e zonas de mercado, com exceção do segmento de industrial e logística, que se manteve inalterado. As yields mais baixas são encontradas no comércio de rua em Lisboa (4,75%), seguidas dos escritórios no Prime CBD e dos centros comerciais, ambos a apresentarem yields de 5% no trimestre. Nas restantes zonas de escritórios, as yields estão entre os 5,75% e os 6,00%, excetuando na zona 6 (Corredor Oeste), onde atingem os 7,5%. Nos retail parks e nos imóveis de industrial e logística, a yield prime é de 6,75%”, revela ainda a JLL.
Para Fernando Ferreira, “estes níveis são, na sua maior parte, mínimos históricos em Portugal, mas ainda assim continuam a ser superiores à maioria dos mercados europeus, o que torna o nosso país um mercado muito atrativo e muito procurado”. O responsável acredita que “um dos grandes desafios no futuro será a dimensão do nosso mercado, o que exigirá estratégias mais agressivas dos investidores para conseguirem concretizar os seus negócios, abrindo o espectro de oportunidades de investimento que estão disponíveis para analisar”.