As previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para aumentos de produtividade, face à campanha anterior, na maioria dos frutos frescos e nas vinhas para vinho, avança o mais recente boletim do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na maçã e no pêssego, a floração e o vingamento dos frutos decorreram em condições bastante favoráveis, prevendo-se rendimentos unitários ao nível dos mais elevados das últimas décadas. Na amêndoa, a entrada em produção das novas plantações também fez aumentar significativamente a produtividade, situação que, provavelmente, deverá repetir-se ao longo das próximas campanhas. Quanto à vinha, antecipa-se um aumento de 10% face à vindima de 2018.
Nas culturas de primavera/verão, prevê-se a manutenção da área semeada de milho para grão, após cinco anos consecutivos de redução. A colheita de tomate para a indústria começou na última semana de julho, estimando-se um aumento de produtividade de 10%, com os frutos a apresentarem boa coloração vermelha, valorizada pela indústria. Também na batata de regadio a variação positiva da produtividade deverá ser na ordem dos 10%, enquanto no girassol será de 5%. Para o arroz prevê-se a manutenção do rendimento unitário da campanha anterior, com registo de problemas de salinidade nas águas de rega.
Área de milho mantém-se
As sementeiras de milho iniciaram-se em meados de abril e estão concluídas. Ao contrário do que sucedeu nas últimas cinco campanhas, a superfície de milho não deverá descer, mantendo-se próxima dos valores observados em 2018 (83 mil hectares).
“A tendência de diminuição da área desta cultura tem sido habitualmente justificada pela desvalorização desta commodity no mercado internacional”, refere o INE, pelo que “o significativo aumento da cotação observada ao longo do primeiro semestre (+18,3% entre janeiro e junho) poderá ter sido determinante para motivar os produtores habituais a manter a superfície semeada”.
Condições climáticas atrasam o ciclo cultural do arroz
No arroz e numa altura em que a grande maioria das searas ainda está na fase de encanamento, e apenas as sementeiras de abril/maio já se encontram em floração, as previsões continuam a apontar para a manutenção da produtividade da campanha anterior, 8% abaixo da média do último quinquénio. “Para este facto também contribuíram os problemas de salinidade elevada na água de rega das searas de arroz da zona de Samora Correia e no Campo de Vila Franca de Xira”, salienta a análise do INE.
Tomate para a indústria e girassol com boas perspetivas
A plantação do tomate para a indústria concluiu-se no início de junho e as primeiras colheitas iniciaram-se na semana 31 (29 de julho a 4 de agosto). A amostra de frutos, em quantidade e com boa cor, permite antever um aumento de 10% na produtividade face a 2018, para valores próximos dos alcançados em 2015 (que, recorde-se, foi a campanha mais produtiva desde que há registos estatísticos sistemáticos).
Quanto ao girassol, o ano tem decorrido favoravelmente em termos meteorológicos. Nas últimas campanhas o cultivo tem vindo a concentrar-se em áreas de regadio, com elevado potencial para esta cultura, o que tem promovido um aumento sustentável do rendimento unitário alcançado. Estima-se que a produtividade se possa situar próxima das 1,9 toneladas por hectare, 5% acima da alcançada em 2018 e 33% superior à dos últimos cinco anos.
Produtividade das macieiras em níveis historicamente elevados
Para as macieiras o INE avança com a previsão que a campanha de 2019 seja “uma das mais produtivas de sempre”, com um rendimento unitário de 23,9 toneladas por hectare, 30% acima da campanha anterior.
Na pera, a produtividade deverá ser semelhante à observada na campanha anterior. Com cerca de 85% dos pomares situados no Oeste, a produtividade deverá manter-se próxima das 13 toneladas por hectare (-0,8 toneladas por hectare, face à média das últimas cinco campanhas).
Quanto ao pêssego, as estimativas apontam para que seja superior à campanha anterior e a qualidade média é boa. Confirmam-se as previsões que apontam para que esta campanha seja a mais produtiva dos últimos trinta e três anos (13,8 toneladas por hectare).
Finalmente na amêndoa, com a entrada em produção dos pomares instalados nos últimos três/quatro anos e a aproximação da produção cruzeiro dos plantados há seis/sete anos, regista-se um forte aumento da produtividade global, face à campanha anterior (+60%).