Prova disso é a criação de um sistema global de classificação de fundos ESG. Iniciativa apresentada pelo governo britânico, em janeiro deste ano e liderada pelo português Rodrigo Tavares.
Os investimentos ESG (environmental, social and governance) correspondem a um novo paradigma do mercado de capitais através do qual dados e políticas ESG são integrados aos investimentos, com o intuito de melhorar a gestão de riscos e a performance financeira. O que começou por ser um nicho, corresponde atualmente a cerca de metade do volume de ativos sob gestão (AuM) no mercado financeiro, ou cerca de US$45 biliões.
O crescimento repentino das finanças sustentáveis tem suscitado alguma preocupação nos operadores do mercado. Estudos indicam que o principal obstáculo ao crescimento continuado desse mercado é a falta de padronização de produtos financeiros ESG. A escassez de regulamentação e de critérios precisos leva a que gestoras de ativos possam usar o termo ESG de forma arbitrária e pouco rigorosa, ferindo as expetativas dos investidores.
A iniciativa liderada por Rodrigo Tavares pressupõe que seja criado um sistema global de classificação de fundos ESG, aplicado a todo o tipo de fundos (equities, fixed income, PE, VC, hedge funds, entre outros). O objetivo final é que este novo sistema de classificação seja posteriormente adotado por todos os países membros da International Organization for Standardization (ISO), no total de 165 países (incluindo Portugal) e se torne o padrão global dos mercados. O processo, decorrerá até março de 2022.