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Portugal atrasado na adoção de robots, mas ganhos na produtividade das empresas são evidentes

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Um estudo recente do Banco de Portugal, publicado na Revista de Estudos Económicos, aponta que, apesar do aumento da utilização de robots nas empresas portuguesas, ainda continuamos atrás de outras economias europeias no que diz respeito à automação. O relatório destaca também o impacto dos robots em maior produtividade e rentabilidade para as empresas, registando um menor peso nos salários.

Os robots desempenham um papel crucial na transição digital, impulsionando debates globais sobre a automação nas empresas e organizações. As discussões centram-se no rápido avanço e na crescente sofisticação tecnológica, além do seu impacto nos recursos humanos, salários e produtividade empresarial.

 

O estudo levado a cabo pelo Banco de Portugal e publicado na Revista de Estudos Económicos de abril pretende assim contribuir para esta linha de investigação, apresentando maior evidência sobre a utilização dos robots nas empresas portuguesas.

A análise revela que Portugal tem aumentado a utilização de robots nas suas empresas, embora ainda se encontre atrás de outros países europeus no que diz respeito à adoção destas tecnologias. De acordo com o estudo, “o número de robots por cada mil trabalhadores aumentou de 0,6 em 2012 para 1,3 em 2021”. O rácio é menor do que a média da União Europeia (UE), “que se situou em 2,8 em 2021”, sendo a Alemanha a economia da UE mais automatizada, com “5,5 robots por cada mil trabalhadores em 2021”.

 

A pesquisa destaca que a maior parte das empresas que utilizam robótica diz respeito ao setor industrial, especialmente nas áreas de produtos metálicos e automóveis.

Além disso, mostra que a presença de robots está positivamente associada a melhores indicadores de desempenho, como maior produtividade, rentabilidade e participação no comércio internacional. No entanto, aponta também que o impacto direto sobre os salários dos trabalhadores não é estatisticamente relevante.

 

Embora a decisão de adotar robots esteja ligada à maximização do lucro das empresas, o estudo sugere que políticas públicas podem desempenhar um papel crucial na promoção da automação, especialmente se houver benefícios para o País ou barreiras ao investimento. Contudo, enfatiza a necessidade de desenhar cuidadosamente esses apoios. “Embora existam resultados aparentemente positivos da operação de robots nas empresas, o sucesso destes investimentos reside, em última análise, nas capacidades e nos planos de negócios das empresas. Assim, eventuais apoios devem ser cuidadosamente desenhados e a eliminação dos custos de contexto e das barreiras ao financiamento e investimento devem ser priorizados”, pode ler-se nas considerações finais do estudo.

 

 

 

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