Novas competências no setor financeiro? Quais e porquê
O setor financeiro está a mudar. O crescimento das fintechs, o aparecimento de bancos totalmente digitais e o aumento das plataformas de investimento online são bons exemplos dessa transformação ancorada na digitalização e na tecnologia. As alterações regulatórias, sobretudo a regulação do open banking patente na Diretiva de Serviços de Pagamento – PSD 2 é mais uma força motriz dessa mudança, a que se juntam requisitos de segurança cada vez maiores.
Estes movimentos têm, inevitavelmente, repercussões no perfil de competências dos profissionais do setor. Se, por um lado, a transformação digital e tecnológica exige novas competências, por outro lado, também vem estimular o talento e descobrir oportunidades, já que a automatização de tarefas monótonas e repetitivas permite libertá-lo para tarefas mais criativas e desafiantes.
Competências tecnológicas
Importa que o profissional financeiro desenvolva competências ligadas à tecnologia como programação, análise de dados, visualização ou programação estatística. A razão? Tirar o melhor partido da mudança.
Estas competências digitais complementam a respetiva formação técnica e a conjugação de ambas permitirá ganhar uma experiência mais diversificada e aumentar a versatilidade profissional. Desta forma é também alavancada a capacidade de adaptação a diferentes cenários e funções.
Pensamento ágil, crítico e flexível
Ser capaz de antecipar e acompanhar o ritmo da mudança é mais uma característica a inscrever no perfil de competências dos profissionais do setor financeiro. Para isso é necessário pensar de modo ágil, já que a mudança não espera, ser flexível para ver diferentes perspetivas e antever tendências para agir com assertividade.
Desenvolver pensamento crítico é igualmente fundamental. Com a automação das tarefas mais rotineiras, o pensamento e espírito crítico dos profissionais financeiros é posto à prova em tarefas mais exigentes como a resolução de problemas. Importa, por isso, procurar as melhores soluções ao invés de aceitar resultados imediatos.
Motivação para aprender
A tecnologia tem o condão de trazer a novidade e a surpresa. Embora não seja expectável que os profissionais do setor financeiros sejam experts em soluções tecnológicas e digitais, eles devem estar motivados para aprender e abertos a alavancar as suas competências digitais, seja a trabalhar com novos programas informáticos, com a automação de processos ou até tendo colegas robôs.
Segurança informática
O conhecimento e formação em técnicas de proteção de sistemas, programas e infraestruturas de redes contra ataques informáticos como vírus e spam é uma competência cada vez mais valorizada no profissional financeiro. O crescimento do comércio eletrónico impõe níveis de segurança maiores e requer infraestruturas de pagamentos mais robustas e imunes a fraudes e roubos, razões que vêm aumentar ainda mais a importância dos conhecimentos em tecnologias mais poderosas na prevenção de fraudes. A tecnologia blockchain é um exemplo. Proporciona a salvaguarda da identidade de cada utilizador, transações e infraestruturas, através de processos transparentes. Outro exemplo é a tecnologia deep learning que opera através da inteligência artificial e oferece níveis de proteção contra o cibercrime mais elevados.
Em resumo, dos profissionais é esperada a vontade constante de aprender e desenvolver novas competências.