Depois do lançamento dos cartões True Name nos Estados Unidos da América, a Mastercard anunciou esta semana o reforço do seu compromisso no apoio à comunidade LBGTQ+ com o lançamento destes cartões também na Europa até ao final do ano.
“Para muitas pessoas em todo o mundo, a identidade impressa nos seus cartões não reflete realmente quem são. Para a comunidade LBGTQ+, em particular, o nome no cartão pode ser um tema sensível e, até, de algum embaraço. Além disso, a opção de mudar o nome no cartão, pode ser uma tarefa burocrática e jurídica árdua. Com o True Name, a Mastercard quer dar às pessoas que o assim o entenderem, a possibilidade de mudarem o nome no seu cartão e dar-lhes uma nova e melhor experiência de compra”, explica a empresa em comunicado.
Mark Barnett, Presidente da Mastercard para a Europa, defende “os nossos nomes definem-nos e, para milhões de pessoas da comunidade LGBTQ+, o cartão de pagamento que têm atualmente não permite que as pessoas assumam a sua verdadeira personalidade. Enquanto aliados da comunidade LGBTQ+, temos a oportunidade de alavancar mudanças reais e significativas que ajudarão a resolver e aliviar este problema. Pedimos, por isso, aos nossos parceiros que se juntem a nós para tornar possível a implementação do cartão True Name™ em todos os países da Europa, para que possamos ajudar a facilitar a jornada de compra da comunidade LBGTQ+, que poderão, assim, usar sua verdadeira identidade com segurança, simplicidade e orgulho.”
De acordo com a Mastercard, quase um terço (32%) dos indivíduos que apresentaram um cartão com um nome ou sexo que não correspondiam à sua apresentação relataram experiências negativas, como assédio, negação de serviços ou ataque, razão pela qual muitos indivíduos LGBTQ+ optam por renunciar ao custo, complexidade e ansiedade associados às mudanças de nome e de género nos seus cartões.
Clémence Zamora-Cruz, porta-voz da Inter-LGBT, afirma que “o Inter-LGBT congratula-se com todas as iniciativas que reconhecem o género e o primeiro nome de pessoas trans. Esta iniciativa responde a um anseio já manifestado, relativamente ao reconhecimento do género e do nome através de uma declaração simples, baseada apenas na autodeterminação da pessoa. A posição da Mastercard está, por isso, alinhada com a recomendação do Defenseur des Droits [um conceito francês] que solicita desde 2016 que os bancos se adaptem e levem em consideração os nomes escolhidos pelas pessoas. Entre as 10 recomendações para reivindicar os direitos das pessoas trans, que foram divulgadas em 26 de junho de 2020, está, precisamente, a de que as instituições respeitem a identidade das pessoas trans concordando em modificar seu primeiro nome, género e marcador de género e ampliando a lista de identificações necessárias para a assinatura do contrato. Os decisores europeus devem inspirar-se nessa iniciativa para possibilitar a mudança do nome das pessoas trans com base apenas na sua autodeterminação e num procedimento administrativo simples, conforme está, aliás, estabelecido na resolução 2048 do Conselho da Europa.”