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Criptomoedas no retalho? Tendência de digitalização acelera adoção

Criptomoedas no retalho?

Criptomoedas no retalho? Tendência de digitalização acelera adoção

Com o aumento da digitalização dos meios de pagamento, cada vez mais as criptomoedas, como o Bitcoin, têm despertado interesse pelo retalho como possível novo método de pagamento. Pelo mundo fora, desdobram-se os exemplos. O caminho já está a ser traçado, mas será esse o futuro?

O aumento dos pagamentos online e a adoção das criptomoedas

 

O pagamento através de meios digitais é cada vez mais uma realidade. A consultora McKinsey & Company, através do estudo “Global payments 2021: Transformation amid turbulent undercurrents”, revela, por exemplo, que, em 2020, os pagamentos em dinheiro reduziram 16% globalmente. Por sua vez, as transações cashless aumentaram 6% de 2019 para 2020.
Os pagamentos instantâneos viram o número destas transações a aumentar 41% só em 2020, muitas vezes como apoio de formas de pagamento contactless/wallets e e-commerce.
A mesma consultora, numa newsletter diária, nota que a circulação de criptomoedas, no formato stablecoins – criptomoedas privadas e estáveis – está a aumentar rapidamente, com quase três biliões de dólares em stablecoins transacionados na primeira metade de 2021.
Mas qual é o estado atual da adoção pelo consumidor das criptomoedas para comprar produtos e serviços? Um estudo da CryptoRefills, serviço que permite comprar, por exemplo, cartões prenda com criptomoedas, em cooperação com a Cointelegraph Research, publicou o primeiro relatório sobre a temática.
De acordo com o “Cryptocurrencies in Retail: Consumer Adoption Report 2021”, a maioria dos cripto-compradores (66%) consideram que “a criptomoeda é uma forma de pagar bens e serviços” e com 78% a escolherem o Bitcoin como moeda preferida.
Os dados do relatório revelam que 63% dos crypto shoppers acham fácil adquirir bens utilizando criptomoedas, e 70% consideram que as compras de criptomoedas são úteis e acham que há boas razões para usá-las.
Estes consumidores afirmam que não encontrar lojas que aceitem criptomoedas (49%), a elevadas taxas de transação (49%), e os atrasos no processamento devido a congestionamentos de rede (40%) são as principais barreiras.
Apesar disso, 72,4% concordam que os pagamentos por criptomoedas serão mais comuns no futuro. Além disso, a maioria dos utilizadores que compram com cripto fazem-no regularmente, com 35% dos utilizadores a fazer compras todas as semanas e outros 40% todos os meses.

O início do caminho

Cada vez mais está também a tornar-se mais fácil para estes consumidores utilizarem criptomoedas nas suas compras. Vários retalhistas têm começado a apostar neste método de pagamento.
Na Tailândia, por exemplo, a maior desenvolvedora de centros comerciais, a Central Retail Corp., está a promover um projeto-piloto de moeda digital junto dos seus colaboradores, tendo planos para expandir a oferta aos consumidores, futuramente.
O “C-Coin”, como é denominado, está atualmente a ser distribuídos pelos 80 mil colaboradores da empresa em todo o mundo, por mérito, além da sua compensação regular, informa a Bloomberg. A moeda pode, atualmente, ser utilizada em restaurantes ou para comprar produtos e serviços de parceiros da Central Retail.
Kowin Kulruchakorn, chief innovative officer na Central Tech, unidade da retalhista, afirmou que vão “procurar melhorar o C-Coin depois de o termos utilizado na nossa rede”. “Se os nossos colaboradores são capazes de usar a C-Coin, então os nossos clientes não devem ter problemas com isso”, acrescentou.
Já no Reino Unido, mais de 40 retalhistas, como a Boots e a Ocado, criaram um programa de cash-back em criptomoedas. Também na Europa, a maior cadeia de retalho da Croácia, a Konzum, passou a aceitar pagamentos com bitcoin na sua loja online, com possibilidade de adicionar a opção no formato físico.
Até na moda, a criptomoeda está a surgir como possível método de pagamento. A Philipp Plein tornou-se a primeira empresa de moda a nível mundial a aceitar 15 tipos diferentes desta moeda digital. Em entrevista à Retail Gazette, a consultora de conteúdo e copywriter de moda, Katie Ramsingh considerou que “o número de marcas de moda que aceitam criptomoedas só vai aumentar nos próximos anos”.
Marcas como a relojeira Hublot, assim como a Givenchy e a Dolce & Gabbana também estão a apostar nestas moedas. Estas últimas nas recentes NFTs – um tipo de criptomoeda que não pode ser trocado por outra igual, e que pretende representar um ativo (como um produto). As NFTs têm sido utilizados, por exemplo, para comprar a propriedade de obras de arte, que como sendo itens únicos, não podem ser substituídos.

Os aceleradores das criptomoedas

 

A managing director no Reino Unido da plataforma de riqueza de criptomoedas Dahcxi, Katharine Wooller, afirmou à Retail Gazette que “havia sempre uma inevitabilidade da aceitação das criptomoedas por parte das empresas internacionais, os retalhistas não serão exceção – a questão não é ‘se’, era de simplesmente ‘quando’”.
A pandemia da Covid-19 é vista por alguns especialistas como tendo acelerado a tendência. “Com as pessoas a passarem mais tempo online e a pensar em formas sobre o que fazer com o seu dinheiro, as criptomoedas viram um afluxo maciço de indivíduos novos e interessados que podem ter ficado curiosos sobre a criptomoeda, mas que não tiveram tempo de o analisar”, explicou o fundador da aplicação bancária Twig, Geri Cupi.
O responsável citou ainda as redes sociais como mais uma grande força motriz nesta tendência, com métodos de investimento facilmente acessíveis às novas gerações, através de vídeos e publicações de literacia financeira em contas de Instagram e TikTok.

O pé atrás

Apesar do crescimento desta tendência, nem todas as empresas mostram segurança nesta aposta e outras têm sido alvo de notícias falsas a este nível.
Um dos maiores casos é o da Tesla. Após a marca de carros ter anunciado em março que ia passar a aceitar a criptomoeda como meio de pagamento, em maio, o presidente da empresa, Elon Musk, anunciou que tal ia deixar de acontecer. Tal deveu-se aos receios em torno do “uso em rápido crescimento de combustíveis fósseis para a mineração e transação de bitcoins”, relata o Jornal de Negócios. Apesar disso, em junho, o responsável declarou que a Tesla poderia voltar a aceitar a moeda caso a sua mineração seja feita com recurso a, pelo menos, 50% de energia renovável.
Já noutra vertente, a Walmart e a Kroger tiveram casos de fraude relativamente aos anúncios de aceitarem criptomoedas, relata a CBSNews. Ambas as retalhistas viram publicados comunicados de imprensa em plataformas que eram errados, tendo já desmentido os anúncios.

 

Artigo publicado na DH

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