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Editorial

“Tudo, a qualquer hora, em qualquer lugar”

“Tudo, a qualquer hora, em qualquer lugar”

O presente texto começa com o título em aspas pois, por mais distante que pareça da realidade que nos traz aqui, este é o título de um filme lançado em 2022 e relançado em 2023. Se é como eu e ainda não o viu, recomendo, novamente sem ainda ter visto, que o veja. E porque é que eu ainda não o vi? Prioridades. Imagino que a mesma justificação que a sua, se ainda não o viu.
Vivemos hoje num mundo de prioridades. As nossas, dos nossos, dos outros, da nossa empresa, do nosso país, do nosso planeta. Confesso que, para um pós-jovem como eu, é hoje difícil equilibrar todas essas prioridades num bolo que faça sentido prático, mas como nos dizem os mantras coevos, começo pelo que controlo: eu e os que estão à minha volta. Mas este ainda não é o ponto que me traz ao presente texto, por isso vamos a ele.
Nos dias que correm, o consumidor é um pouco como a misteriosa personagem que torna “vitorioso” o filme que dá título ao texto. Quer tudo, a qualquer hora, em qualquer lugar e… ao mais baixo preço. Num contexto inflacionário, com múltiplas vertentes para atacar, o consumidor tem equilibrado os dois pratos que mais ordenam no seu dia a dia – conveniência financeira e conveniência distintiva (espaço, produto ou valores) – de forma surpreendente. E, neste sentido, o retalho conectado, ou omnicanal, parece ser a chave para o sucesso do consumidor e do retalho nos dias que correm. Estar onde o consumidor está e atender‑lhe as necessidades com o máximo de eficiência das suas duas balanças valorativas, parece determinante para o sucesso de qualquer operação moderna.
Porém, neste mix de prioridades de resposta ao consumidor, o retalho está também a equilibrar-se nas suas todas outras vertentes. Da sustentabilidade ao apoio à produção, da eficiência energética e operacional, aos negócios de aposta em crescimento, temos visto, durante um 2023 repleto de surpresas, a mesma fibra de sempre, a resposta à altura dos desafios e o desdém para com a realidade para continuar a sonhar com os pés no chão. Este é um caminho que deve ser acelerado, pois o consumidor espera, como o espero eu ou como espera quem me está a ler, o melhor possível e nada menos.
Assim, lembrar que nos próximos dias, no Lagoas Park Hotel, reuniremos no InRetail Congress alguns dos principais intervenientes do retalho e produção em dois dias de discussão dos caminhos da Grande Distribuição e é nesta arena de pacífica discussão que esperamos ver apresentados alguns dos mais emblemáticos projetos a crescer no país, partilha de estratégias e caminhos, mas também celebração do que de melhor se tem feito para equilibrar as balanças do quanto, quando e onde de todos nós e que dão mote a este texto.

 

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