Joana Moura e Castro, diretora de Marketing Ibéria Sonae Sierra, esteve à conversa com a DISTRIBUIÇÃO HOJE, sobre a 2.ª edição das Open Call – “Cultura no Centro”, promovidas por esta entidade. Lembrando o longo caminho de ligação à cultura, esta responsável assevera também que os centros comerciais podem ser palcos para milhões de pessoas.
Confira a entrevista nas linhas abaixo.
Após uma primeira edição, lançaram este ano a segunda Open Call para projetos artísticos. Porque surgiu, dentro do grupo, a vontade de fazer acontecer esta iniciativa?
As Open Call são lançadas no âmbito da nossa aposta na cultura, a qual temos vindo a reforçar há vários anos. Mais do que uma ideia temos um plano muito concreto em curso, ao qual chamamos, desse abril do ano passado, “Cultura no Centro”. Demos um nome ao trabalho que fazemos junto dos artistas e das instituições culturais nacionais e regionais, e que tem uma dimensão considerável. Só em 2019 e 2020, os nossos centros apoiaram 460 entidades artísticas a nível nacional e regional. E temos ainda os nossos projetos-bandeira em cada região, como, por exemplo, o “A Arte Chegou ao Colombo”, que inaugurou a sua 12ª exposição esta semana ou o “ViArtes”, no ViaCatarina Shopping que segue para a sua 6ª edição.
Foi no ano passado que surgiu a ideia de lançarmos esta convocatória nacional, aberta a todo o setor cultural, que tem como objetivo dar palco à cultura e à arte da comunidade local de cada um dos centros, privilegiando artistas emergentes de cada região neste processo e servindo de “rampa de lançamento” para estes novos talentos.
Como correu o primeiro ano?
Foi um sucesso e encheu-nos as medidas. Tivemos um total de mais de 850 candidaturas, de várias áreas da cultura, desde projetos de artistas individuais e a de instituições culturais. Ao longo do ano passado, só através deste projeto, conseguimos implementar um total de 78 projetos culturais e ações de lazer e cultura nos centros comerciais geridos pela Sonae Sierra que abraçaram esta iniciativa, fazendo destes espaços muito mais do que agregadores de lojas, mas também tornando-os espaços de novas experiências e palcos para a cultura regional e nacional. E por ter corrido tão bem é que lançámos a segunda edição.
Fecharam as inscrições para esta segunda edição há pouco tempo. Que balanço fazem e o que mais vos surpreendeu?
Tivemos um total de 1045 candidaturas, mais 20% que no ano passado, o que superou as nossas expetativas já que as restrições da pandemia foram levantadas – e que tiveram um impacto muito negativo nas agendas ou alternativas para estas entidades culturais – e porque o período de candidaturas também foi mais curto. Antecipámos que o número de candidaturas pudesse decrescer um pouco, mas tal não aconteceu e foi com grande alegria que superámos os valores do ano passado, o que reforça ainda mais o valor concreto que estamos a aportar ao seguir este caminho.
Participaram 14 centros comerciais, sendo estes o AlgarveShopping, ArrábidaShopping, CascaiShopping, Centro Colombo, Centro Vasco da Gama, CoimbraShopping, Estação Viana Shopping, GaiaShopping, GuimarãeShopping, MaiaShopping, NorteShopping e Nova Arcada. Estrearam-se nesta edição o MadeiraShopping e o Parque Atlântico.
Música, Teatro, Performance, Dança, Instalação, Exposição, Circo, Literatura, Arquitetura e Multidisciplinar. Estas são as áreas onde os projetos podem ser apresentados. Onde há mais ‘procura’ por parte dos artistas?
As categorias para as quais recebemos mais candidaturas foram Música e Teatro, superando os 50% no total de candidaturas (cerca de 35% e 15%, respetivamente). Segue-se Performance e também Artes Visuais e Fotografia.
Qual a importância para a comunidade artística deste tipo de iniciativas?
Pensamos que o número de candidaturas reflete a importância e a necessidade deste tipo de iniciativas. As Open Call vêm também dar resposta a uma necessidade concreta deste setor, que sofreu muito durante a pandemia.
Para nós, o retorno deste investimento é medido não só pela maior proximidade com a região, através do elogio às tradições, e pela voz dada aos artistas emergentes locais, como também pela forma como as entidades culturais e artísticas nos veem como parceiros e como palcos para os seus trabalhos. Passam, pelos corredores dos nossos centros, milhões de visitantes por ano, pelo que somos um palco por excelência para todos os intervenientes do mundo da cultura, sejam artistas e criadores, sejam programadores, produtores, técnicos de ativações culturais.
Este ano expandiram também a iniciativa às ilhas. Quais as razões para esta decisão?
O MadeiraShopping e o Parque Atlântico juntaram-se este ano a esta iniciativa, inaugurando esta convocatória às respetivas regiões, não só devido ao sucesso da primeira edição, como também ao facto de terem reunido as condições para poder levar a cabo esta mecânica.
Têm um montante significativo adjudicado para este tipo de investimento. Porquê este Investimento em cultura?
Para os centros comerciais geridos pela Sonae Sierra, a cultura tem vindo a ser um caminho incontornável ao longo dos anos e, em abril do ano passado, lançámos o “Cultura no Centro”. A partir deste movimento estar cada vez mais próximos de cada comunidade, promovendo o acesso e a democratização da cultura a todos. Queremos partilhar do dia-a-dia dos nossos visitantes, não só como espaço de compra, mas também de promoção de novas experiências, novas sensações, novas oportunidades.
Este investimento inclui todas as ações dos centros comerciais que têm a chancela de cultura, desde, por exemplo, o “A Arte Chegou ao Colombo” às exposições de escolas locais, incluindo ainda as Open Call.
Com os centros comerciais a recuperaram ‘tráfego’ no pós-pandemia, quais as vossas perspetivas de resultados para este ano?
Os nossos centros comerciais têm uma posição muito sólida nas suas área de influência, com uma relação de muita proximidade com o consumidor final pelo que temos vindo a recuperar todos os indicadores. Acreditamos concluiremos o ano de 2022 com resultados muito satisfatórios.