65% dos utilizadores da Internet da União Europeia compraram em lojas online em 2015. A conclusão é do Inquérito de Utilização de Tenologias de Informação e Comunicação de 2015 do Eurostat, que revela que 67% dos indivíduos entre os 16 e os 74 anos utilizaram a Internet diariamente ou quase diariamente em 2015.
Segundo os dados recentemente publicados, aqueles que acedem mais à Internet diariamente são os indivíduos do Luxemburgo (92%), Dinamarca (87%), Países Baixos e Finlândia (85%), contudo, 16% da população da União Europeia nunca utilizou a Internet, com a maior percentagem de população sem experiência de utilização da Internet em países como a Bulgária (35%), Roménia (32%) e Grécia (30%).
Já no que diz respeito ao e-commerce, o inquérito revela que a percentagem de e-shoppers entre os utilizadores da Internet tem vindo a crescer, com a maior proporção (68%) entre os utilizadores da Internet com idades compreendidas entre os 16 e 24 anos e entre os 25 e 54 anos.
Mas apesar do crescimento de compradores em plataformas online, ainda existem variações consideráveis entre Estados-Membros: na Roménia, apenas 18% dos utilizadores da Internet compram online, enquanto no Reino Unido essa percentagem chega aos 87%.
Para além disso, o estudo agora revelado pelo Eurostat mostra que os fatores que os consumidores mais apreciam na compra online são a conveniência de poder comprar a qualquer hora e em qualquer lugar, ter acesso a uma maior gama de produtos, poder comparar os preços e partilhar a sua opinião sobre os produtos com outros consumidores.
Já no que diz respeito a fatores demográficos, fica bastante claro que o género, a idade, o grau de qualificação e os rendimentos têm influência na utilização de plataformas de e-commerce para realizar compras.
De acordo com o Eurostat, os homens registaram uma percentagem ligeiramente mais elevada do que as mulheres na realização de compras online (66% vs 64%), enquanto os utilizadores de Internet com idades entre os 24 e os 35 anos se mostraram e-shoppers mais ativos (74%) do que os dos restantes grupos etários analisados.
Mais, entre os utilizadores com graus de escolaridade mais elevados, cerca de 8 em cada 10 compraram produtos ou serviços online em 2015, e junto dos indivíduos com rendimentos mais elevados, cerca de três quartos compraram online.
Vestuário e artigos desportivos no topo das preferências
Quanto aos bens comprados online, o estudo do Eurostat indica que os produtos mais populares são o vestuário e os artigos desportivos, que foram comprados por 60% dos e-shoppers da UE, seguidos pelas viagens e pelo alojamento, que reuniram 52% das preferências.
Por faixa etária, o vestuário e os artigos desportivos mantêm-se nas preferências dos indivíduos com idades entre os 16 e os 24 anos (67%), mas para os indivíduos entre os 25 e os 54 anos os artigos preferidos para comprar online são os produtos para a casa (45%). O grupo com idades entre os 55 e os 74 anos preferiu comprar viagens e alojamento (57%).
O estudo do Eurostat oferece ainda alguns dados acerca do valor gasto pelos e-shoppers e revela que 40% dos compradores online da União Europeia gastou entre cerca de 100 e 499 euros em 2015. Para além disso, 30% dos e-shoppers comprou artigos a outros Estados-Membros via plataformas online, um crescimento de 5% face a 2012.
De resto, 70% dos e-shoppers europeus revelou não ter tido qualquer tipo de problema durante o processo de compra, mas ainda assim, os problemas mais referidos pelos inquiridos dizem respeito à demora das entregas face ao prometido antes da compra (16%), problemas técnicos no website dos retalhistas (12%),entrega de produtos danificados (8%), dificuldades para encontrar informações referentes à garantia dos produtos (4%) e preços mais elevados do que os previamente indicados (3%).
Por outro lado, aqueles que não compraram online em 2015 referem que não o fizeram porque preferem comprar pessoalmente, na loja física, de forma a poderem ver os produtos. Outros referem questões de lealdade para com os retalhistas e lojas que costumam visitar e outros explicam que preferem comprar em lojas físicas por força do hábito (75%). Fatores menos referidos são as questões de receio de perda de privacidade ou segurança devido aos pagamentos online (27%), preocupações acerca da receção ou devolução dos produtos (19%) ou falta de confiança nos conhecimentos/competências necessários para realizar compras online (18%).