Na passada semana conversava com o responsável de uma marca presente no NOS Alive e perguntei-lhe qual o retorno que as marcas tinham nessa presença e no investimento – que penso ser ainda elevado. A resposta foi simples: “queremos estar junto dos consumidores nos bons momentos, gostamos que liguem a nossa marca a esses momentos”.
Insisti um pouco, queria chegar a ouvir falar de valores, de ROI, de investimento, de equações que me indicasse que ter um stand presente num festival de música tem retorno financeiro. Mas não consegui!
Dias mais tarde tive a sorte de a convite de um dos patrocinadores do NOS Alive ir assistir a um dia do festival, o último. Apesar da diversão inerente que tiro destes eventos não pude deixar de olhar para os stands e ações de marketing das diversas empresas presentes, tendo claro, prestado especial atenção aos retalhistas e marcas que seguimos na Distribuição Hoje. Como por exemplo, a FNAC, Well’s, CTT, Heineken, Licor Beirão, Control, Red Bull, entre outros.
São de facto momentos em que a grande maioria dos consumidores, heterogéneos, está feliz e partilha felicidade. Mas será que a memória da presença das marcas nesse evento perdura? E se o evento correr menos bem? No caso do NOS Alive a máquina já está tão bem “oleada” que mesmo quando há uns anos houve atrasos consideráveis e problemas no palco, isso não se refletiu nunca e as enchentes repetem-se quando há um bom cartaz de música. Já se falarmos do “Sushi Fest”, a conversa é outra… Mas fica para outro post aqui no “O Retalhista”.
Mas, na minha reflexão, não consegui deixar de pensar que há marcas que fazem todo o sentido em lá estar: cervejas, bebidas espirituosas, bebidas energéticas, operadores de telecomunicações, restauração, isto porque os consumidores/público desses eventos bebem, comem, telefonam, etc. Mas há outras marcas que a presença parece não bater a “bota com a perdigota”. Eu percebo que todos querem apanhar a boleia e estar junto de um fantástico momento de lifestyle. Mas será que todos têm noção do retorno ganho num investimento daquele tipo? Tenho dúvidas.
De qualquer forma, se a presença não for estática e envolver o público alvo (os portugueses, independentemente da idade não resistem a uns brindes) o investimento ficará na memória de quem é envolvido nas ações de campanha. Investir “estaticamente” num evento deste calibre parece-me uma estratégia errada, e que deve ser repensada. Se é para estar, há que estar em grande, para tentar ficar na memória pelas melhores razões.
No próximo fim-de-semana há o Super Bock Super Rock. Num novo local, no Parque das Nações, o que trará novas possibilidades para as marcas interagirem com o público. Se a criatividade e o budget investido ajudar podem dali nascer excelentes momentos de interação com os consumidores. Se ficarão na memória, a ver vamos.