Os últimos (praticamente) dois anos trouxeram consigo, fruto da pandemia que vivemos, um acelerar de tendências. Vários foram os aspetos do nosso dia a dia que se alteraram significativamente, pelo que, defende a Accenture no seu relatório Fjord Trends, que é preciso readaptar-nos ao novo mundo que temos pela frente.
Com novas dinâmicas no mercado de trabalho, com desafios globais para serem enfrentados coletivamente, com uma digitalização de todos os processos sem precedentes, a consultora exemplifica alguns dos aspetos que estão a alterar-se e que terão impacto na sociedade, cultura e negócios.
Assim, “de acordo com o relatório, há novos padrões de comportamento identificados que vão desafiar as organizações a repensarem a sua abordagem ao design, inovação e crescimento, como consequência das mudanças de expectativas e mindsets dos colaboradores, da escassez causada pela disrupção das cadeias de abastecimento e de novos ambientes virtuais, como o metaverso.”
As ‘Fjord Trends 2022’ destacam cinco comportamentos e tendências que vão afetar a sociedade, a cultura e os negócios:
- Come as you are: Dois anos após o início da pandemia, o crescente sentido de controlo e responsabilidade, sobre as suas próprias vidas, está a afetar a maneira como as pessoas trabalham, se relacionam e consomem. Questionam-se sobre quem são e o que é mais importante para si. O individualismo crescente marcado por uma mentalidade de ‘eu acima do nós’, tem profundas implicações para as organizações, na forma como lidam e moldam uma nova proposta de valor para os seus colaboradores, e como cultivam as relações entre a organização e os clientes.
- The end of abundance thinking?: Durante o último ano, muitos consumidores experienciaram prateleiras vazias, o aumento das contas de eletricidade e a falta de serviços quotidianos. Embora as falhas nas cadeias de abastecimento possam ser um desafio temporário, o impacto persistirá e levará a uma mudança no ‘pensamento de abundância’ – assente numa lógica de disponibilidade, conveniência e velocidade – levando a uma maior consciência ambiental. As empresas devem gerir a ‘ansiedade’ da disponibilidade, sentida no mundo inteiro.
- The next frontier: Uma explosão cultural está prestes a acontecer – o metaverso será uma nova fronteira da internet, combinando todas as camadas existentes de informação, interfaces e espaços com as quais as pessoas interagem. Oferece uma nova fonte de receita, está a criar novas profissões e permite às marcas possibilidades infinitas, que as pessoas esperam que as empresas ajudem a construir e a navegar. E não existirá apenas nos ecrãs e auriculares – o metaverso também será sobre experiências e lugares do mundo real que interagem com o digital.
- This much is true: Atualmente as pessoas esperam fazer perguntas e obter respostas com o toque num botão ou através de uma breve interação com um assistente de voz. O facto de ser tão simples e imediato, leva as pessoas a perguntar ainda mais. Para as marcas, a variedade de questões dos clientes e o número de canais para as colocar cresce constantemente. A resposta a estas questões, é um grande desafio de design, um fator crítico de confiança e uma vantagem competitiva no futuro.
- Handle with care: O desejo de cuidar destacou-se nestes últimos dois anos em todas as suas formas: o cuidado próprio, o cuidado do outro, o serviço de cuidados e os canais de entrega de cuidados, tanto no formato digital como físico. Isto está a criar oportunidades e desafios para empresas e marcas, independentemente das suas credenciais de saúde e médicas. As responsabilidades relacionadas com o cuidar de nós mesmos e dos outros continuarão a ser uma prioridade nas nossas vidas. Tanto os designers como as empresas precisam de criar espaço para poderem praticar o ‘cuidado’.
“Não subestime o grau de mudança nas relações que estamos a assistir – nem o papel dos negócios na resposta a estas mudanças”, afirma Mark Curtis, head of global innovation and thought leadership da Accenture Interactive. “As próximas escolhas das empresas podem afetar o nosso mundo e a sua estrutura, de mais formas do que podemos antever, e tudo aponta para uma mudança nas relações pessoais – com colegas, marcas, sociedade, com lugares e até com pessoas mais próximas. Aproximam-se tempos desafiantes, mas também grandes oportunidades para que as empresas possam construir relações positivas, e criar um novo ‘tecido de vida’ que seja benéfico para o indivíduo, para a sociedade e para o planeta.”
“À medida que os consumidores reformulam todas as relações, as marcas enfrentarão duas grandes responsabilidades: cuidar do mundo atual e, ao mesmo tempo, construir o futuro, de uma forma positiva para o planeta, para o negócio e para a sociedade”, afirma David Droga, CEO e chairman criativo da Accenture Interactive. “A chave está em compreender profundamente os impactos dessas relações e aspirações, e convertê-los em estratégias robustas de negócio que impulsionem a relevância e o crescimento.”