A Visa emitiu esta terça-feira (22 de novembro) um comunicado em que defende que as novas regras europeias sobre o comércio eletrónico “ameaçam seriamente interromper as compras online e agravar a conveniência dos consumidores.” Esta declaração é uma reação às propostas da Autoridade Bancária Europeia (EBA) para a forma como irá implementar o chamado sistema de autenticação forte do cliente (SCA).
Entre as propostas que estão nos planos da organização estão medidas como uma abordagem ‘one size fits all’, em que cada transação online acima dos 10 euros passará a exigir etapas adicionais no checkout, como a introdução de passwords, códigos ou o uso de um leitor de cartão.
De acordo com a Visa, que realizou um estudo junto de consumidores de cinco países europeus, a concretizarem-se, estas propostas poderão significar “o fim dos express checkouts online. Isto inclui checkouts de um só clique, mesmo em lojas onde os consumidores fazem compras regularmente, e o fim dos pagamentos rápidos e automáticos nas aplicações onde os cartões já estão associados.”
Para além disso, a Visa defende ainda que estas propostas poderão traduzir-se num “reduzido acesso a compras online fora da Europa. As propostas significam que os websites internacionais terão que seguir as novas regras europeias ou as compras serão automaticamente declinadas.”
Assim, a Visa estima que cerca de 6 mil milhões de euros em pagamentos possam ser impactados, representando dois terços de todas as transações europeias em sites internacionais. Para além disso, o estudo demonstra que 51% dos consumidores compram hoje online a retalhistas fora da União Europeia.
Sérgio Botelho, Country Manager da Visa em Portugal, afirma que “estas novas propostas ameaçam seriamente afetar a forma como todos realizamos compras online. Os planos trarão complicações e inconvenientes, incluindo mais transações declinadas e experiências de checkout mais longas e complicadas, com pouco ou nenhum benefício para os consumidores. Apoiamos completamente fortes medidas de segurança. No entanto, gerir pagamentos é sempre uma questão de encontrar o equilíbrio certo entre a segurança e a conveniência. A abordagem de one size fits all afasta este equilíbrio, tornando difícil para os consumidores fazer compras onde, quando e no dispositivo que quiserem. E isso vai irritar os consumidores e prejudicar o potencial das empresas para vender os seus bens e serviços.”