Realiza-se esta terça-feira, dia 25 de outubro a conferência internacional “Comércio é Internacional – Desafios em Movimento”, organizado pela União das Associações do Comércio e Serviços (UACS) e pelo Instituto de Negociação e Vendas (INV) em Lisboa. A DISTRIBUIÇÃO HOJE entrevistou Carla Salsinha, presidente da UACS sobre o evento:
Qual o objetivo do congresso?
A UACS faz 145 anos e achámos que este marco deveria ser celebrado de forma diferente, com um debate sobre o passado, o presente e o futuro do Comércio em Portugal. Dado que temos quase século e meio de existência e uma vasta experiência no setor quisemos liderar e trazer para a agenda o comércio de proximidade e a importância para a sustentabilidade económica das cidades e do país. Teremos connosco um vasto leque de oradores, das mais variadas áreas dentro do setor do comércio, porque todos percebemos que o comércio de proximidade tem enorme importância, quer em termos de população ativa, bem como da forma como o comércio dá vida, segurança e atratividade às cidades. Mesmo em termos do crescente turismo da cidade, se não existir um comércio forte , diversificado e com vida , a própria cidade deixara de ter o encanto que, por exemplo torna a cidade de Lisboa única no mundo. É importante ainda realçar que o comércio tradicional tem algo que todos os negócios querem ter, um contacto próximo com o cliente, uma personalização única, é muito provavelmente e mais uma vez uma tendência, que para nós nunca deixou de o ser. Esperamos que o setor do comércio de proximidade saia da Conferência reforçado, inspirado e com uma melhor visão estratégica para continuar este longo caminho percorrido até aqui.
Que temas destaca?
Um dos temas que gostaria de destacar é a forma de como as nossas milhares de micro empresas podem aderir as novos formatos digitais de divulgação , a outra será como eleger e potenciar Lisboa também como um destino de Compras, claro sempre associado ao vetor principal que é o Turismo, o terceiro destaque será para a forma como as empresas do sector se podem diferenciar e acrescentar valor no seu espaço de venda e perante os seus consumidores. O grande tema que é falar sobre o Futuro do sector é inquestionável basta apenas sabermos como vencer, conquistar e ultrapassar sempre os obstáculos que possam surgir no nosso caminho.
Como prevê que seja a evolução do comercial tradicional nos próximos anos?
Acredito que irá existir os grandes espaços de consumo, para as compras do dia-a-dia, para as compras de momento e existirá o comércio de proximidade onde o atendimento personalizado e exclusivo será privilegiado e no qual cada consumidor se sentirá único e onde será conduzido a um momento de despertar sensações. O nosso futuro será a diferenciação, a experiência que é dada ao consumidor e a aposta na qualidade, num elevado profissionalismo e no apostar em fazer esses momentos uma experiência para os consumidores.
Está o comércio tradicional habilitado para enfrentar o futuro com omnicanalidade e digitalização?
Esse é um grande desafio, pois os custos para a maioria das nossas empresas que são micro e pequenas empresas são elevados, mas é inevitável. O futuro está nas diversas plataformas online e nos diversos meios digitais de comunicação, mas este é o papel das estruturas associativas de conseguirem todos estes mecanismos de inovação com base nas milhares de micro empresas do sector para que apesar da sua dimensão as mesmas possam acompanhar esta evolução. Nada voltará atrás e temos de olhar para o futuro conscientes de que se não inovarmos e não acompanharmos poderemos não atingir a meta.
No final deste Congresso qual a ideia geral com que gostaria que os participante absorvessem?
A ideia que gostaria que fosse absorvida é de que o Comércio de Proximidade proporciona uma experiência única e que vive da sua qualidade e excelência no ponto de venda e que contrariamente ao que muito se pensa tem vindo a renovar-se e apresentar conceitos inovadores que se destacam e tornam-se referência dentro do setor do Comércio, e estamos a falar não só de empresas recentes como das mais antigas, com mais de 40 anos de actividade, e hoje é indiscutivelmente um feito ter uma empresa que ultrapasse os 25 anos. Olhando para o nosso comércio e para as empresas que estão nas ruas comerciais principais de Lisboa, só temos de nos orgulhar e de exigir que quer o Governo quer a Autarquia de Lisboa, nos considerem como de facto somos um sector imprescindível para o sucesso da cidade e do País.