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fileira agro-alimentar

“O setor agro-alimentar é uma das chaves para o relançamento da economia”.

O setor agro-alimentar é uma das chaves para o relançamento da economia.

O IV Congresso da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) irá decorrer no próximo dia 17 de abril sob o lema “Uma Indústria Estratégica para Portugal”. Pedro Queiroz, secretário geral da Federação, explica em entrevista à DISTRIBUIÇÃO HOJE a importância deste evento e como a fileira agro-alimentar deve ser vista como parte do relançamento económico de Portugal.

O que pode esperar o profissional da distribuição moderna do congresso da FIPA?
Os profissionais da distribuição podem assistir a um fórum onde a industria alimentar vai estar em destaque, o que é importante pois a indústria alimentar é o principal fornecedor da distribuição moderna. Estamos numa fase em que há muitos problemas e muitos desafios comuns este Congresso será um momento de debate, partilha e reflexão. Os problemas e os desafios da fileira irão ficar mais presentes na cabeça de todos e acredito que este momento irá provocar um sentimento de maior união na defesa de uma fileira agro-alimentar que é estratégico para Portugal. Só com uma forte união da fileira é que este setor pode passar a ser uma das soluções para o problema que o país atravessa atualmente.

Essa união será uma das soluções para melhorar o relacionamento entre a produção e a distribuição?
A FIPA tem defendido, independentemente das divergências que existem em algumas matérias, que é fundamental existir um forte entendimento na defesa da fileira agro-alimentar. Só com uma indústria alimentar forte e sólida é possível catalisar a produção agrícola. E também só com uma distribuição consistente e a funcionar bem é que podemos ter uma fileira agro-alimentar com potencial para ajudar a levantar a economia portuguesa. Mas é importante que a distribuição olhe para os fornecedores como parceiros e promovam o seu desenvolvimento. Sabemos que há matérias menos fáceis mas queremos, neste congresso, abordar as temáticas pela positiva e com isso levantar Portugal através da fileira agro-alimentar.

 

E haverá espaço no Congresso para se debater a das marcas de fabricantes versus marcas da distribuição?
O tema não está em agenda mas, obviamente, que vamos ter variadíssimas intervenções de empresas e eventualmente e numa perspetiva de competitividade a questão poderá ser lançada.  

O crescimento da indústria agro-alimentar além-fronteiras faz parte das linhas principais deste IV Congresso. De acordo com a FIPA como deve ser feito esse crescimento?
Este tema vem num momento muito oportuno porque a FIPA foi desafiada pelo Ministério da Agricultura para ajudar  a desenvolver uma visão estratégica para o processo de internacionalização e de promoção de exportações no setor agro-alimentar, em conjunto com outras organizações. Como prioritário indicamos que tem de existir uma concentração dos apoios às empresas nacionais. E falamos de mecanismos de apoio, nomeadamente a diplomacia económica que deve ser posta ao serviço das empresas do setor agro-alimentar. No documento que enviamos ao Ministério, indicamos que para além das questões mais transversais à economia, como a disponibilidade de crédito, é essencial diagnosticar as necessidades de empresas com capacidade exportadora, sobretudo de projetos realistas e tendo em conta quem está capaz de o fazer. Acima de tudo gostaríamos de ver é o Governo colocar os seus recursos aos serviços das empresas nestes processos de internacionalização e exportação.

 

Como avalia o papel do Governo na área da indústria agro-alimentar?
A nossa relação com o Ministério da Agricultura salda-se saldado pela positiva, sobretudo pela constituição da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agro-alimentar (PARCA), que é o palco privilegiado para a discussão de um conjunto de problemas que estão em agenda das empresas das várias organizações da fileira agroalimentar. Diria que temos participado ativamente nas várias matérias que têm sido discutidas e temos emitido a nossa opinião e estas têm sido tidas em conta.

Faz então um balanço positivo do vosso relacionamento com o Governo?
Sim. Faço um balanço positivo, embora existam matérias que já poderiam estar agendadas ou flexibilizadas, tais como uma maior concentração naquilo que é o relacionamento entre a indústria e a distribuição. E depois há um conjunto de temas mais específicos ligados à regulamentação alimentar onde sentimos que Portugal podia ter um posicionamento mais sólido, nomeadamente ao nível da União Europeia.Talvez devessem existir mais recursos humanos na área de gestão de risco nas competências da Direção Geral de Alimentação e Veterinária. Mas temos a noção que há caminhos mais fáceis de executar que outros.

 

Voltando ao Congresso, qual o principal objetivo do evento?  
É o de marcar efetivamente um momento deste setor. Celebramos também o 25º aniversário da FIPA, e ao longo destes anos a Federação tem congregado em torno dela muitos empresários, gestores e técnicos e hoje é parceiro do Governo na discussão de vários temas.
Desejamos que o setor aproveite o Congresso para falar entre si e para criar uma dinâmica de união e solidariedade. Gostávamos, também, que cada profissional saísse do Congresso com um novo alento e um novo potencial para este setor, quer em torno da FIPA quer no espírito empreendedor que todas as empresas devem ter nesta matéria. É um Congresso que se apresenta pela positiva e acreditamos que o país se vai levantar por via desta indústria. É fundamental que o poder político perceba que o setor agro-alimentar é uma das chaves para o relançamento da economia nacional”.

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