Com o mercado de bens em segunda mão em franco crescimento, um estudo recentemente divulgado pelo Observador Cetelem vem mostrar como estão os consumidores portugueses a responder a esta tendência.
Lembrando que estamos a viver um momento de alguma diminuição do poder de compra, 63% dos portugueses indicaram já terem o hábito de comprar produtos usados – sobretudo na Internet e bens de marca por um preço mais baixo, mas com alguma ‘resistência.
Segundo o Observador do Consumo Low-Cost 2023, estudo realizado pelo Cetelem, quando confrontados com a escolha entre estas duas opções, 62% dos europeus afirmou preferir comprar um produto novo low-cost ao invés de um “produto de marca” em segunda mão.
A nível geográfico, a tendência é mais notória nos países do sul da Europa – Portugal (82%), Espanha (77%) e Itália (75%), sendo, segundo explicado, mais vincada em termos etários entre os consumidores mais velhos (65%), com idades entre os 50 e 75 anos.
A explicar os números, refere o comunicado enviado às redações, está o facto de os portugueses terem atualmente uma imagem satisfatória do mercado low-cost, atribuindo-lhe uma avaliação média de 6,8 pontos em 10 (vs 6,5 em média europeia), mostrando, por um lado, que este já não é rejeitado; e por outro, que também ainda não é elogiado, existindo margem para melhorar.
As questões éticas, também estão presentes nas escolhas realizadas. O respeito pelo ambiente e pelos direitos humanos e laborais fazem hoje parte do conjunto de critérios que os consumidores têm em conta antes de fazerem qualquer aquisição. Na compra de produtos ou serviços low-cost o processo não é diferente, com muitos a levarem em consideração estas variáveis.
“Neste contexto, 58% dos consumidores acreditam que as empresas low-cost respeitam os direitos humanos, 55% referem que estão em sintonia com os seus próprios valores e 53% que se desenvolvem respeitando o ambiente ou pagando aos fornecedores e trabalhadores de forma justa. Já no que respeita a produtos e serviços de baixo custo, 51% consideram que as empresas são transparentes em relação às matérias-primas utilizadas”, explica-se.
No entanto, apenas 1 em cada 10 destes consumidores afirmam ter a certeza de que estas entidades cumprem totalmente com estes critérios, com os restantes a indicarem que cumprirão parcialmente. Por outro lado, cerca de metade dos consumidores inquiridos afirmam que estes produtos e serviços têm impacto ambiental (50%) e social (44%) negativo.