Durante os últimos meses os portugueses viram-se confrontados com uma escalada dos custos de vida, com grande impacto, sobretudo, no que diz respeito à aquisição de bens alimentar. Após uma longa polémica, o governo liderado por António Costa decidiu, tal como já o tinham feito outros países europeus, isentar de pagamento de IVA alguns produtos alimentares básicos.
Porém, ainda antes de aprovada esta medida, a DECO Proteste, no final de março, divulgou um estudo onde avaliava o crescimento do preço de produtos de marca própria ou marca de fabricante, registando, num cabaz de 60 produtos que a associação acompanha, um crescimento mais acentuado dos preços nos bens propriedade de retalhistas.
Neste sentido, avaliando 30 produtos de fabricante e 30 de marca própria, a DECO constatou que “os preços médios da grande maioria dos produtos considerados subiram bastante acima da taxa de inflação.” Para lá deste facto, notava a associação que “23 produtos, dos 30 de marca própria, viram os respetivos preços aumentar mais, em termos relativos, do que os homólogos com marca de fabricante.”
Apesar desta valorização do preço das marcas brancas, o facto é que, ainda assim, em diversas categorias a marca própria justiçava o investimento… face à marca de fabricante. “Há produtos cuja poupança face à versão de fabricante esbateu-se bastante. Por exemplo, na compra de massa em espirais, no início do ano, quem optasse por marca própria conseguia poupar, em média, 48% face à de fabricante. A 31 de dezembro, a diferença era apenas de 22 por cento. A razão: enquanto o preço do produto de fabricante desceu 4% (de 1,32 euros para 1,27 euros), o do distribuidor aumentou 44%, passando de 0,69 euros para 0,99 euros. Quase todos os produtos aumentaram entre as duas datas, mas os de marca própria, na grande maioria dos casos, subiram mais”, justificava a DECO.
Confira as imagens partilhadas pela associação de defesa do consumidor.
Nota sobre estudo:
De 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2022, a DECO PROTESTE controlou, todos os dias, os preços de 60 produtos – 30 de marca própria, de gama média, e os equivalentes com marca de fabricante – nas lojas online de cinco supermercados: Auchan, Continente, Intermarché, Minipreço e Pingo Doce.