O desenvolvimento mundial de centros comerciais continua a crescer: em 2014, registou-se a abertura de um total de 11,4 milhões de metros quadrados de novos centros comerciais, um valor acima dos 10,6 milhões de metros quadrados registados no período homólogo.
De acordo com um estudo da consultora imobiliária CBRE, os mercados emergentes, em particular a Ásia, “continuam a liderar o pipeline de promoção de centros comerciais, com mais de 39 milhões de metros quadrados em construção no final do ano passado, sendo que a China representava mais de 60% desse valor. A Rússia, a Turquia e a Índia são também responsáveis por uma considerável fatia do espaço em construção.”
A região de Xangai lidera o ranking de mais espaço em construção com 4,1 milhões de metros quadrados, seguida pela área de Shenzhen (3,4 milhões de metros quadrados) e Chengdu com 3 milhões de metros quadrados. Chongqing e Guangzhou fecham o top 5 dos mercados mais ativos, com mais de 20 projetos em construção.
Em 2014, a Europa representou 20% das novas aberturas, com a Rússia e a Turquia a liderarem o ranking. “Moscovo foi a cidade europeia mais ativa em 2014 e a única cidade no top 5 que não pertence à China. Entre os principais projetos concluídos destacam-se o Avia Park, que é neste momento o maior centro comercial da Europa, com 231 mil metros quadrados de área bruta locável (ABC). Em Istambul surgiram oito novos centros comerciais, num total de mais de 440 mil metros quadrados de área, fazendo desta cidade um dos maiores pipelines de promoção na Europa. Este facto ficou a dever-se ao fácil acesso ao crédito no mercado turco, que alimentou o consumo interno”, segundo a consultora.
No Médio Oriente, Abu Dhabi reforçou a sua posição como um destino líder para projetos de retalho, com a conclusão de quatro novos centros comerciais, incluindo o Yas Mall, localizado na ilha com o mesmo nome, e com espaço para 400 lojas, 20 salas de cinema e 10 mil lugares de estacionamento.
Natasha Patel, EMEA Retail Research da CBRE, refere que “os fatores que estão na base do pipeline de desenvolvimento de novos espaços mantiveram-se inalterados face ao ano passado, no que respeita à localização de novos projetos de construção com destaque para a Ásia e em particular para a China. Entre as restantes influências destaca-se o crescimento da classe média nos mercados emergentes, a urbanização de grandes cidades e a falta de espaços de retalho de alta qualidade que as insígnias internacionais exigem. A Europa Ocidental e os E.U.A. continuam a acusar falta de novos desenvolvimentos e a extensão ou a remodelação de centros comerciais já existentes será a principal aposta para continuar a atrair os principais retalhistas e consumidores.”
Carlos Récio, Diretor de Retail da CBRE, explica também que “num mercado maduro como o português, podemos observar a tendência descrita internacionalmente e temos assistido mais nos últimos dois anos a remodelações ou ampliações de centros comerciais em detrimento da abertura de novos espaços projetados de raiz.”