O novo coronavírus (COVID-19) gerou uma quebra de 20 pontos nas expectativas económicas da Europa, durante o mês de março deste ano, segundo dados avançados pela GfK.
As expetativas económicas, bem como a disposição para adquirir algum produto/serviço, têm perdido força, enquanto as expetativas salariais caíram moderadamente, quando comparadas com o passado mês de fevereiro. Ainda assim, é preciso ter em conta que esta análise da GfK decorreu nas primeiras duas semanas de março. Isto significa que, na altura em que a maioria dos países responderam ao inquérito, ainda não estavam implementadas as medidas de contenção e/ou confinamento social para mitigar a pandemia provocada pela COVID-19, pelo que expectável uma queda ainda mais abrupta no clima de consumo na Europa no próximo mês.
“Neste momento, a Europa está a viver uma das recessões mais pesadas da sua história, já que as expetativas económicas estão a sofrer drásticas perdas de um mês para o outro”, avança a GfK. As maiores quedas foram registadas em Itália (-43 pontos), o epicentro da COVID-19 na Europa, e em França (-29 pontos).
Em Portugal, as expectativas económicas desceram 17 pontos, em comparação com o mês de fevereiro. Todavia, há ainda um corredor notável ao nível das expetativas económicas em alguns países do Leste, como a Polónia, a Eslováquia ou a Hungria, com um desempenho satisfatório entre os vários indicadores. Esta performance positiva pode ser justificada pelos números mais baixos de impacto da doença nestes países.
Uma perspetiva económica em colapso também está a levar a uma diminuição significativa nas expetativas salariais. O indicador geral para a Europa cai 9 pontos, atingindo +5 pontos em março, quando comparado com o mês anterior deste ano. As maiores perdas são registadas na Grécia (-22 pontos) e na Itália (-18 pontos). No caso de Portugal, as expectativas salariais desceram 9 pontos, em relação ao esperado no mês anterior. Ainda existe um conjunto de países na Europa Central e Oriental com um número bem acima da média a longo prazo do indicador de zero pontos.
Assim como as perspetivas económicas e salariais, a disposição para comprar também enfrenta perdas drásticas na Europa (-13 pontos). A Croácia (-27 pontos), Itália e Áustria (-24 pontos cada) são as mais atingidas neste mês em relação à vontade de comprar, quando comparadas com o mês de fevereiro. Em Portugal, foi registada uma descida de 9 pontos, quando comparado com o mês de fevereiro.