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Acordo UE-EUA define tarifas, mas mantém incerteza para empresas

Acordo UE-EUA define tarifas, mas mantém incerteza para empresas iStock

A subida dos preços pode reduzir a procura externa, enquanto as novas tarifas atingem sobretudo as empresas com menor robustez financeira, elevando o risco de incumprimento no crédito comercial, prevê a Crédito y Caución, marca especialista em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal.

Segundo a empresa, o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA) resolveu algumas incertezas, mas deixou “muitas outras questões no ar”.

 

O comunicado de imprensa refere que estão já definidas tarifas aduaneiras de 15% para importações da UE e de 50% para setores como aço, alumínio, cobre, automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos. No entanto, o acordo não oferece “clareza suficiente para as empresas tomarem decisões importantes em matéria de investimentos ou contratações”.

As novas tarifas terão impacto mais severo nas empresas com “menos musculatura financeira”, elevando o risco de crédito comercial. Somam-se ainda os riscos ligados aos compromissos da UE de compra e investimento em energia nos EUA, que, embora não representem um problema imediato, podem originar novas tensões.

 

Neste cenário, a Crédito y Caución mantém projeções modestas para o crescimento do PIB da zona euro: 1,1% em 2025 e 0,8% em 2026. À luz das informações conhecidas, o acordo comercial dificilmente representará um “grande impulso para a economia da União Europeia”.

A nota de imprensa também avança que, para atenuar esta queda, a UE procura firmar novos acordos comerciais com mercados como Chile, Índia, Indonésia, México, Filipinas e Mercosul. Contudo, mesmo que concluídas com sucesso, “é pouco provável que compensem a diminuição das exportações para os EUA”, já que as vendas para essas regiões equivalem a apenas cerca de 35% das destinadas ao mercado norte-americano.

 

Acresce que a negociação de acordos comerciais relevantes demora em média 18 meses, e a sua implementação costuma exigir mais 24 meses, segundo o Fórum Económico Mundial. Assim, eventuais benefícios só terão impacto no longo prazo.

A empresa também reforça que, ao procurar novos mercados, a UE enfrenta “o desafio de ser competitiva face aos seus concorrentes, uma vez que tem pouca capacidade para reduzir o preço das exportações”.

 

Nos últimos dez anos, os valores das exportações europeias ficaram próximos dos EUA, mas acima dos da China, onde os custos de produção são muito mais baixos. Isso limita a capacidade das empresas europeias de ganhar espaço apenas pela via do preço.

A Crédito y Caución defende que, para ganhar força em futuras negociações, a UE precisa investir na sua “resistência económica, tecnológica e militar”, promovendo o comércio interno e reduzindo a dependência de importações.

 

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