O projeto ValorMar, que decorreu entre outubro de 2017 e julho de 2021, desenvolveu um conjunto de soluções baseadas na economia do mar, desde a criação de snacks marinhos, ao peixe fumado de alto valor acrescentado e até ao desenvolvimento de novas ferramentas para a aquacultura.
Em comunicado, a Sonae MC, que liderou o projeto, revela que este contou com a participação de 16 empresas nacionais a 13 entidades do sistema de I&D [Investigação & Desenvolvimento] português e ainda o Fórum Oceano – Cluster do Mar Português. O projeto teve como objetivo o desenvolvimento de produtos, processos e serviços que potenciem a valorização dos recursos marinhos através da integração das cadeias de valor, e em linha com as estratégias de descarbonização, digitalização e circularidade da economia.
Principais eixos de atuação
A iniciativa baseada na economia do mar foi estruturada em torno de quatro principais eixos de atuação:
- Desenvolvimento de novas formulações alimentares: Combinações de recursos marinhos, incluindo micro e macroalgas, que deram origem a novos produtos; novas embalagens sustentáveis; novas estratégias para prolongar a vida útil de preparados de peixe, numa ótica de combate ao desperdício alimentar;
- Necessidades e oportunidades para as empresas aquícolas: Ferramentas digitais em áreas como a gestão da água, da alimentação, de stocks e da adaptação a alterações climáticas;
- Conceito de biorefinaria marinha: Análise e obtenção de extratos a partir de macro e microalgas com atividades antioxidante, por exemplo, para aplicação na área alimentar animal e humana, assim como ingredientes funcionais para novas formulações cosméticas e adsorventes para remediação ambiental;
- Desenvolvimento de e uma plataforma tecnológica que integra dados dos diferentes agentes da cadeia de valor do pescado, facilitando o processo de rastreabilidade e permitindo que o consumidor final aceda a esta informação no momento da compra – origem do pescado, modo de captura, etc.
“O ValorMar representa a vontade coletiva de se investir num recurso tão identitário do país como é o mar e aproveitar aquilo que de melhor este tem para nos dar. Durante quase meia década e com um investimento de cerca de 8 milhões de euros, foram desenvolvidas dezenas de novos produtos e soluções de que o mercado e os consumidores vão beneficiar, direta ou indiretamente, fruto de um ambiente cooperativo de inovação, que dificilmente seria possível se cada entidade trabalhasse apenas de forma individual”, explica o diretor de projetos R&D da Sonae MC, Marlos Silva.
O projeto foi cofinanciado pelo Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico no âmbito do programa Portugal 2020.