O mundo interconectado criou um cenário propício à inovação na área dos meios de pagamento. Selfies, caraterísticas biométricas, tokens, ou acessórios de moda são apenas alguns dos veículos que estão a conduzir a reinvenção deste mercado, onde os clientes continuam a preferir o dinheiro
Num mercado de convergência em que as experiências com métodos de pagamento podem ir para lá da imaginação, enablers como os smartphones, as open APIs, as infraestruturas e a segurança serão as bases para que os desafios económicos que se apresentam ao setor financeiro sejam superados, quer através da reinvenção dos modelos de negócio atuais, quer através de uma aproximação cada vez maior às necessidades dos clientes, tendo presente que estes estão sempre ligados, são mais sociais e mais exigentes. «Temos de responder as necessidades destes consumidores», assume Teresa Mesquita, diretora do Departamento de Gestão de Produtos da SIBS FPS.
O objetivo é claro, mas atingi-lo poderá não ser tão simples como parece. Olhe-se o exemplo dos portugueses, que são conhecidos por serem adeptos fervorosos de tecnologia, gadgets, banda larga e acesso à internet em muitos quadrantes da sua vida, no entanto, quando está em causa a banca eletrónica ou o comércio eletrónico, Teresa Mesquita assinala que os portugueses estão 30% a baixo da média europeia, continuando a privilegiar o dinheiro nas suas transações. «Temos de compreender e encontrar formas de gerar esta procura que parece resistir em arrancar», referiu a responsável.
A preferência pelo dinheiro como meio de pagamento não é só um fato identificado em Portugal, continuando a ser marcante em alguns países, mesmo naqueles onde já há bastante awareness sobre meios alternativos, como é o mercado norte-americano. Teresa Mesquita diz que há um caminho a percorrer para que os novos métodos de pagamento comecem a destronar os que já estão instituídos e caberá às instituições criar essa necessidade junto do consumidor. «Muitas vezes o segredo é pôr nas mãos do consumidor uma forma nova de fazer as coisas, dando-lhe o poder da escolha entre uma diversidade dos novos canais eletrónicos», sustenta a responsável.
A convergência é o futuro que se avizinha e criará as bases para a substituição de dinheiro por meios eletrónicos de pagamento, no entanto para lá chegar e enfrentar os desafios (económicos, tecnológicos e dos clientes), os bancos têm de estar preparados para proporcionar novas ofertas ao consumidor e às empresas com as quais trabalham, salvaguardando sempre a segurança.