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Pagamentos digitais ganham terreno em Portugal

Mastercard christophe

Embora os tradicionais cartões em plástico ainda sejam a escolha em muitos países, a verdade é que os pagamentos digitais começam a ganhar terreno entre as gerações mais novas.

Em entrevista ao Smartpayments.com, Christophe Zehnacker, responsável por Pagamentos Digitais da MasterCard para a Europa Ocidental explicou de que forma a sua empresa está a trabalhar no sentido de ir ao encontro deste tipo de necessidades.

 

MasterPass, pagamentos com selfie, tirar maior partido das funcionalidades contactless, assegurar pagamentos em conversação ou trabalhar as várias funcionalidades possíveis do robot Pepper são apenas algumas das possibilidades que a MasterCard oferece aos seus clientes

 

 

Smartpaymentsnews.com – Como vê, atualmente, a área dos pagamentos digitais e o que há de novo neste campo?

Christophe Zehnacker – Estamos a viver momentos muito interessantes neste campo e a forma de pagar no mundo está, realmente, a mudar. As pessoas passaram a estar ligadas à Internet 24 horas por dia, sete dias por semana com os seus smartphones; a tecnologia evolui muito depressa e isto leva a que as expectativas do consumidor sejam as de que a tecnologia vai tornar as suas vidas mais fáceis.

 

E que implicações esta realidade traz à vossa estratégia empresarial?

C.Z. – Tendo isto em conta, a verdade é que se torna importante estarmos sempre atentos. Temos necessariamente de nos reinventar e de reinventar o negócio para ir ao encontro das expectativas de cada cliente. Importa, assim, ter novas e modernas formas de pagamento e aqui não há duvidas que o mundo de plástico vai mudar. Hoje em dia temos mais de 2 biliões de cartões de plástico em todo o mundo – entre debito, crédito, ou outros – mas claro que os consumidores esperam vir a ter outras formas de pagamento que sejam muito mais fáceis de usar e que também tornem as suas vidas mais fáceis.

 

Pode dar exemplos concretos?

C.Z. – Uma das primeiras expetativas dos nossos clientes é conseguir digitalizar os tradicionais cartões de plástico e passá-los para um smartphone, por exemplo.

Já se falou também em muitas e diversas iniciativas no âmbito dos pagamentos NFC (near field communication) o que significa que é possível pagar de forma contactless a partir do smartphone para o terminal. Em Portugal começámos por ver, em primeiro, os cartões de plástico com NFC e as pessoas em vez de usarem os seus smartphones para pagar preferem passar com o cartão porque acham mais fácil e mais conveniente. Naturalmente, quando pensamos bem nisso, acaba por não ser assim tão diferente encostar um cartão NFC a um terminal ou passá-lo mesmo no terminal. Mas ao usar o contactless percebemos que é muito pratico e acaba por ser um hábito.

Mas o contactless está a funcionar bem na Europa? Porque em Portugal dizem que ainda é pouco utilizado…

C.Z. – Sabe quantas transações contactless processámos no ano passado? Mais de um bilião apenas na Europa, ou seja, à volta de 15% de todas as transações autorizadas na nossa rede apenas. Acreditamos que estamos já a entrar fortemente em modo contactless. E, hoje em dia, se olharmos para o que é a penetração dos terminais contactless na Europa está entre 25 e 30%. Na realidade, este ano, o numero de transações contactless na Europa explodiu. Por exemplo, em países como a Republica Checa, 80% de todas as transações com cartões são feitas em modo contactless.

Uma vez preparado o consumidor para o contactless, podemos passar esta tecnologia para o telemóvel. Neste caso, temos a solução MasterPass.

Do que se trata, exatamente?

C.Z. – Permite aos utilizadores usarem o NFC para pagar e também para pagarem online. No MasterPass basta associar um cartão a uma conta bancaria e depois a autenticação para cada pagamento é feita via biometria.

Desta forma, a informação pessoal está mais salvaguardada…

C.Z. – Sim, todos os nossos dados estão a salvo assim; estão guardados no MasterPass, preferencialmente do lado do banco. Em Portugal ainda não temos o MasterPass ativo, mas deverá chegar em breve; não depende de nós definir uma data, mas sim dos nossos parceiros e dos comerciantes adotarem o serviço.

O MasterPass assume-se também como uma única solução combinada para pagamentos online e na loja.

E tem também novidades em matéria daquilo que chamam “comercio conversacional”, correto?

C.Z. – Sim, esta é outra das evoluções que gostaria de apontar: vemos que os consumidores não gostam de ter 30 aplicações diferentes no seu telemóvel. O que pensamos é que o “comercio conversacional” se vai tornar muito importante; com isto quero dizer que quando estou no Messenger ou no WhatsApp, devo conseguir, sem sair da aplicação, comprar aquilo de que necessito procurando as minhas opções via conversa e pagando depois com o MasterPass. Acreditamos que esta é uma forma muito pratica para o consumidor fazer compras e o checkout sem nunca abandonar a aplicação onde estava.

E novidades sobre o robot Pepper?

C.Z. – Essa é outra área que estamos também a desenvolver; trata-se de um robot que pode substituir um empregado num restaurante de fast food por exemplo.

A MasterCard não inventou o robot, ele é muito típico no Japão, por exemplo, para ajudar as crianças a estudar na escola. O que fizemos foi colocar o robot numa Pizza Hut em Singapura e permitir que os clientes interajam com ele, falando à medida que fazem o pedido. O pagamento, mais uma vez, é através do MasterPass.

Como vêm a segurança nos novos pagamentos digitais?

C.Z. – Falei até aqui muito em termos de conveniência, mas acredito que a segurança em si também é muito importante. Nesta nova forma de pagamentos, a segurança é feita via aquilo a que chamamos tokenização. Isto significa a possibilidade de criar um novo numero de cartão especifico apenas para o meu device, um token number. Se alguém roubar o telemóvel ou a carteira, o outro cartão que ficou ainda trabalha porque o numero é diferente.

No sentido de facilitar a tokenização, temos uma solução na MasterCard que se chama MasterCard Digital Enablement Service que disponibiliza aos bancos a possibilidade de colocarem o numero do cartão em múltiplos endpoints.

Falou aqui em muitos projetos diferentes. O I&D é todo feito dentro da MasterCard?

C.Z. – Não, nós fazemos I&D internamente, mas trabalhamos também com parceiros externos que tenham boa tecnologia e bons produtos para nos oferecer.

A inovação passa pelos MasterCard Labs, uma entidade nossa, que desenvolve várias ideias e permite trabalhar nelas.

Acredita que o futuro será cashless?

C.Z. – Sem duvida nenhuma que sim. Os pagamentos digitais vão ser o mais usado futuramente. A Suécia, por exemplo, já é extremamente cashless, não usam dinheiro em papel; todos usam cartões e já começam a ser cada vez mais mobile oriented. Já está a acontecer hoje em dia e isto não é o futuro.

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