iStock Os bancos europeus têm feito progressos significativos na forma como gerem os riscos associados às alterações climáticas e à perda de biodiversidade. A conclusão é do Banco Central Europeu (BCE), que destacou que, em 2019, menos de 25% dos bancos consideravam estes riscos nas suas estratégias — um número que hoje é bem mais elevado.
De acordo com o BCE, até ao final do ano passado, 56% dos bancos já aplicavam práticas avançadas para gerir riscos ambientais e climáticos, comparando com apenas 3% em 2022. Segundo a análise, também se registou uma grande redução no número de bancos sem qualquer prática neste domínio.
Apesar da evolução positiva, o BCE alertou que a maioria dos bancos ainda não integra totalmente estes riscos em todas as áreas de atividade, nomeadamente em produtos como crédito à habitação ou em categorias como risco operacional.
O Banco Central Europeu também sublinhou a importância dos testes de stress ligados ao clima e da inclusão destes riscos nas avaliações internas de capital (ICAAP). Embora todos os bancos já considerem o risco climático nos seus testes de stress, apenas um terço o inclui nos planos de capital de forma explícita.
O regulador europeu lembrou ainda que os efeitos das alterações climáticas estão a tornar-se cada vez mais visíveis e que os riscos continuam a ser subestimados por falta de dados ou metodologias adequadas.
Neste sentido, o BCE avançou que vai continuar a acompanhar de perto o progresso dos bancos e prevê lançar, no final de 2025, um novo relatório com boas práticas para ajudar o setor financeiro a reforçar a sua preparação.
A comunicação enfatiza que uma conferência sobre o tema está marcada para 1 de outubro e visa garantir que os bancos estão preparados para enfrentar os riscos ambientais e que podem continuar a apoiar financeiramente a transição verde, digital e energética da Europa.
