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APB: GAFA apresentam-se como a grande ameaça ao negócio bancário

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O presidente da APB, Faria de Oliveira, falava durante a Money Conference, em Lisboa, onde relativizou a ameaça que podem representar as startups fintech.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Fernando Faria de Oliveira, considerou que tem havido “acima de tudo” cooperação com as startups fintech. E desta forma, estas não são “a grande ameaça ao negócio bancário”.

A ameaça surge sim, segundo o responsável, “dos operadores das grandes plataformas digitais, os designados GAFA (Google, Amazon, Facebook, Apple), todos eles entidades não europeias”.

 

As declarações foram proferidas durante a Money Conference, que decorreu no Hotel da Lapa, em Lisboa, e onde se debateram o futuro do dinheiro e as tendências no setor financeiro.

No entender do presidente da APB, as GAFA “possuem muita informação sobre os clientes, o que lhes permite oferecer produtos e serviços “tailormade”, de uma forma que, no limite, exclui os restantes operadores, incluindo os prestadores de serviços financeiros incumbentes”.

 

E quanto aos “criptoativos” (como bitcoin e ou ICO)”, Faria de Oliveira nega-lhes o atributo de serem moeda, “pois a sua volatilidade claramente os desqualifica como tal”.

Os criptoativos não têm o atributo de serem moeda, “pois a sua volatilidade claramente os desqualifica como tal”, diz Faria de Oliveira.

 

No actual contexto, marcado pela digitalização, o presidente colocou “o sector bancário, ele próprio uma fintech”, na linha da frente da inovação, “que acolhe com grande entusiasmo e interesse”. Faria de Oliveira, defendeu que a banca tradicional “apenas pretende tratamento regulatório idêntico entre incumbentes e entrantes”. Trata-se, argumentou, de preservar a confiança dos clientes, garantir a segurança, a estabilidade e a integridade do sistema financeiro.

Assim, enfatizou, a dimensão regulatória é particularmente crítica para o sector bancário, face à referida ameaça atribuída aos GAFA. “A rápida disseminação das empresas de tecnologia financeira, do shadow banking e dos criptoativos introduz novos riscos que obrigam a mudanças no modelo de regulação e de supervisão”, acrescentou.

 

De resto, o presidente considerou que a banca e tecido empresarial português possui “o talento e as competências necessárias, a todos os níveis” que têm “o dever de saber utilizar”, no quadro da “quarta revolução industrial”.

“E para isso há que ter mais iniciativa empresarial, mais empresas com alguma escala sedeadas no nosso país, que aproveitem os benefícios da globalização e da integração, nesta nova era digital”, defendeu.

Faria de Oliveira criticou ainda a proposta de Orçamento do Estado para 2019, por não ter traduzido nele, “políticas públicas capazes de estimular e atrair investimento”. Como desafios para o sector bancário, o responsável apontou ainda o combate ao cibercrime e  e à lavagem de dinheiro.

Além disso, referiu a importância de incluir a formação digital dos consumidores nos “projectos de educação financeira”. A primeira é exigida pela aplicação das tecnologias digitais no sector “para uma mais completa utilização das funcionalidades”.

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