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Retalho

Setor do retalho perdeu 13 mil milhões de euros para ataques de fraude em 2023

Setor do retalho perdeu 13 mil milhões de euros para ataques de fraude em 2023 iStock

Em 2023, as empresas portuguesas de retalho perderam cerca de 13 mil milhões de euros para ataques fraudulentos, de acordo com o estudo “Adyen Index: Retail Report 2024”, que revelou os milhares de milhões que o setor retalhista mundial perdeu o ano passado graças à fraude.

Em Portugal, os retalhistas do setor da moda de luxo, com 4 mil milhões de euros de perdas, e os retalhistas de artigos de desporto e outdoors, com perdas no valor de 2,7 mil milhões, foram os mais afetados, revela a investigação.

 

O estudo, da responsabilidade da Adyen, plataforma global de tecnologia financeira, em colaboração com o Centre for Economic Business and Research (Cebr), concluiu que o setor do retalho mundial perdeu 398 mil milhões de euros devido a fraude em 2023.

De acordo com a análise, no total, quase metade das empresas globais (45%) foram vítimas de atividades fraudulentas, ciberataques ou fugas de dados nos últimos 12 meses, um incremento de 32% comparativamente a 2022.

 

Segundo o “Adyen Index: Retail Report 2024”, as empresas portuguesas que previam aumentar as suas receitas, em 100% ou mais, em 2024, também perderam um montante mais elevado devido a fraude nos últimos 12 meses no valor de quase 3,5 mil milhões de euros. A plataforma salienta “que o crescimento rápido deve ser acompanhado das tecnologias corretas para proteger a empresa e os clientes”.

Neste sentido, o relatório indica que a atividade fraudulenta está também a afetar a carteira dos compradores a nível mundial, com 35% a serem vítimas de fraude nos pagamentos no último ano, face aos 23% em 2022.

 

“A fraude nos pagamentos acontece quando um burlão rouba o número do cartão de crédito ou de débito de alguém, ou os dados da conta-corrente, e utiliza essa informação de pagamento para efetuar uma compra não autorizada”, explica o estudo.

Em 2023, o valor médio perdido por pessoa em Portugal foi de 428,18 euros, o que representa um aumento de 186% comparado com a última investigação realizada pela Adyen em 2023. No entanto, 53% das empresas portuguesas afirmaram “ter sistemas eficazes de prevenção de fraude em vigor”, ou seja, uma diminuição de 6 pontos percentuais em comparação com o ano passado (59%).

 

Comportamento do consumidor português
Devido ao aumento do risco de fraude, o comportamento dos consumidores portugueses, tanto em loja física como online, indica que 28% sentem-se mais inseguros quando fazem compras hoje em comparação com há 10 anos.

Desta forma, 28% dos consumidores “optam ativamente por fazer compras em lojas com medidas de segurança mais rigorosas”, refere o estudo. Neste sentido, quando fazem compras online, 19% dos consumidores “gostam quando os retalhistas lhes pedem para verificar a identidade, pelo menos, através de duas formas diferentes antes de efetuarem uma compra”, avança a investigação.

A resposta das empresas
Em Portugal, 34% das empresas afirmaram considerar a possibilidade de alterar o seu prestador de serviços de pagamento para um que forneça melhores métodos de defesa contra fraude.

A nível global, 55% das empresas inquiridas indicaram estar já a começar a considerar a forma como podem cumprir a Diretiva dos Serviços de Pagamento 3 (DSP3) – “uma diretiva da União Europeia que estabelece regras mais rigorosas para proteger os direitos dos consumidores e as informações pessoais no setor financeiro”, explica a análise.

“A fraude é um desafio constante para os retalhistas. Os criminosos estão a aplicar métodos cada vez mais sofisticados quando atacam empresas ao servirem-se da IA, pelo que é fundamental investir nos mecanismos de defesa certos para proteger a empresa e os clientes”, referiu Roelant Prins, CCO da Adyen.

E continua: “não existe uma solução única para a defesa contra a fraude, uma vez que a estratégia terá de ser adaptada com base no modelo de negócio e nas plataformas utilizadas por cada empresa. Com a tecnologia implementada, como é o caso das soluções com recurso a machine learning, os retalhistas devem ser capazes de reconhecer clientes genuínos e detetar atividades fraudulentas nos seus canais de vendas.”

 

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