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Indústria

Portugal “tem talento para competir com outras nações” na produção industrial

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Os Estados Unidos da América deverão tornar-se o país mais competitivo em termos de produção industrial nos próximos cinco anos, destronado a China, que é atualmente o líder nesse setor. A conclusão é do mais recente estudo ‘Índice Global de Competitividade do Setor Industrial 2016’, da Deloitte, que este ano manteve Portugal na 35ª posição do ranking, prevendo que aí se fixe nos próximos cinco anos.

O estudo inquiriu 500 CEO e administradores de empresas ligadas à área da produção industrial em todo o mundo, que foram convidados a dar a sua opinião em relação aos 40 maiores países em termos de competitividade atual e futura e a eleger os principais fatores que impulsionam a competitividade global na indústria.

O ranking elaborado evidencia o surgimento de polos regionais de grande capacidade, com a América do Norte e a Ásia, a dominarem todo o cenário competitivo. Três países da América do Norte – EUA, México e Canadá – que fazem parte do top 10, deverão manter-se nesta posição nos próximos cinco anos. Na região da Ásia Pacifico, cinco nações deverão entrar para o top 10 até 2020 – China, Japão, Índia, Coreia e Taiwan – deixando apenas dois lugares vagos para a Alemanha e para o Reino Unido, os únicos representantes da Europa no top 10 em 2020”, indica a Deloitte.

Os CEO inquiridos revelam que “as tecnologias avançadas de produção são essenciais para desbloquearem e assegurarem a competitividade no futuro”, referindo-se a analítica preditiva, a ligação em rede de objetos comuns, ou “Internet of Things” (IoT), os produtos inteligentes e as fábricas inteligentes que estão a ajudar a definir a “Indústria 4.0”, e os materiais avançados, são vistos pelos executivos como cruciais para que seja assegurada uma competitividade, todos fatores considerados “cruciais”.

Os líderes empresariais veem também como vantagens competitivas “a falta de confiança no continente europeu e as leis de responsabilidade decorrentes dos produtos, assim como as políticas relacionadas com a proteção da propriedade intelectual, saúde, transferência de tecnologia, sustentabilidade e ciência”. No que diz respeito aos fatores mais penalizadores da competitividade da Europa, os líderes apontam as políticas de trabalho, as taxas fiscais individuais e empresariais e as políticas económicas e fiscais.

“Tal como as suas congéneres nos Estados Unidos e no Japão, as empresas europeias estão a apostar em fábricas e produtos inteligentes, assim como na conetividade entre todos os intervenientes humanos e materiais (a Internet das Coisas). A Alemanha, principal produtor de máquinas automatizadas para unidades industriais, é pioneira nesta aposta. Vemos, em geral, que existe um grande foco europeu nas tecnologias avançadas, que está muito alinhado com o conceito da “Indústria 4.0”, mas existe ainda um caminho a percorrer”, refere Nelson Fontainhas, partner de consultoria da indústria de Consumer & Industrial Products da Deloitte.

No que diz respeito ao mercado nacional, segundo o estudo, “o setor industrial representa cerca de 12,7% do PIB nacional, o equivalente a 23,8 mil milhões de dólares, o que nos coloca longe ainda da média global. No entanto, e através de tantos exemplos positivos, o país tem mostrado ter capacidade e talento para competir com outras nações, não apenas pela competitividade de custos laborais mas também pela inovação e valor acrescentado dos seus produtos e processos. Já o fizemos no passado e é estratégico que o façamos novamente.”

Consulte o estudo completo.

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