Embora sejam cada vez mais os portugueses que já recorrem ao comércio eletrónico para fazer as suas compras, a penetração do e-commerce no país continua aquém da média Europeia. O Observador Cetelem quis saber quais os maiores obstáculos à compra online por parte dos portugueses e revela que a falta de confiança/segurança e o prazer da compra nas lojas físicas ainda afastam alguns portugueses das compras nos canais online.
De acordo com o estudo, entre os portugueses que já compram online, os aspetos positivos mais referidos são a comodidade (65%) e a possibilidade de comprar em qualquer local e evitar deslocações (55%) e multidões em lojas (53%). Os inquiridos referem ainda como vantagens a aquisição de produtos que não estão disponíveis em Portugal (18%), bem como a simplicidade e rapidez do processo de compra, associado à possibilidade de conhecer opiniões de outros utilizadores como ratificação à qualidade do serviço.
O Observador Cetelem revela ainda que são os habitantes da região Centro quem mais valoriza a comodidade (56%), seguidos pelos inquiridos a Sul do país (54%). Por outro lado, são os shoppers entre os 25 e 34 anos (57%) quem dá mais importância a esta vantagem. Evitar filas e deslocações, são as características mais valorizadas pelos consumidores entre os 55 e os 65 anos. “No que diz respeito a motivações para comprar mais online no futuro, os preços baixos continuam a ser o principal fator determinante registando-se uma diminuição face ao resultado verificado em 2018 (69% no atual estudo face a 83% no anterior)”, acrescenta ainda o estudo.
Tempo de espera e dificuldades nas devoluções afastam os shoppers do e-commerce
Por outro lado, o estudo analisa as principais desvantagens apontadas pelos consumidores que compram online, revelando que o aspeto negativo mais apontado são as devoluções (44%), com especial incidência nos consumidores da área do Porto (39%). Além disso, os portugueses referem que o tempo de espera até receber o produto e o medo de danos durante o transporte podem ser um entrave à compra online (33%) e 31% referem não confiar na qualidade dos artigos à venda online.
Importa ainda referir que entre os consumidores nacionais que ainda não fazem compras online, as principais razões apontadas são as questões relacionadas com a falta de confiança/segurança (57%), com 27% a dizer que ter de fornecer os seus dados é motivo para não fazerem compras online e 7% dos inquiridos a colocar em causa a qualidade dos produtos vendidos nas plataformas.
Em segundo lugar surge o prazer de comprar em lojas físicas (38%) e querer ver/experimentar o que compra (28%). Além disso, são ainda apontados motivos como gostar de trazer o produto no momento da compra (15%) e não gostar de ter de esperar para receber os produtos (11%). A terceira e quarta razões são relacionadas com a falta de acesso à internet (16%) e com as questões de venda e pós-venda, como processo de compra (9%) e de entregas (7%).