Os últimos dias não têm sido muito felizes para a “felicidade” da nação: sobretudo com os terríveis fogos de Pedrogão Grande e o estranho caso do roubo de armas militares. Contudo, e apesar disso, Portugal continua num bom mood.
A economia cresce lenta mas alegremente e os portugueses estão, na sua maioria, à beira das férias e tudo parece mais fácil. Sobretudo nestes meses de salário a dobrar. Até no futebol, um importante barómetro para o bem-estar nacional, as coisas estão mais calmas. Apesar das “bruxarias” e climas de suspeição, nós, portugueses, gostamos é de ver a bola a rolar na relva e já não ligamos nenhuma aos três mil programas com casos do jogo que nenhum adepto admite se for em seu desfavor. Mas como isto não é uma crónica sobre futebol, a bola para aqui! Falemos da economia.
A economia está melhor e continuamos esperançosos com a bela retoma. Falta-nos apenas começar a trabalhar em algo que os portugueses não são bons por natureza: o planeamento.
Sabemos que nos damos bem com o improviso e andamos a construir metade dos nossos negócios – sobretudo as PME – com base nesse planeamento à “bombeiro”. E a energia que perdemos com isso? E os custos intrínsecos que crescem com essa filosofia. E as confusões que arranjamos. E se algo corre mal?
Nós portugueses temos a ideia de que planear não é bem trabalhar. E não colocamos tempo para fazer o devido planeamento. Por exemplo, não planeamos reuniões, já que estas são sempre colocadas entre tarefas muito mais importantes e servem, na sua maioria, para marcar outras reuniões e um dia, quem sabe, alguém dar um murro na mesa e decidir logo de uma vez.
E se o tempo é algo fulcral para uma economia com a nossa escala. Sem planeamento dificilmente sairemos disto.
Faz parte da cultura. Dirão alguns. É certo. Mas se nada mudarmos continuaremos a ser uma economia simpática que vive do hype. Da quantidade de programas que o chefAnthony Bourdain faz sobre as nossas cidades ou dos títulos (e filhos) conquistados pelo Cristiano Ronaldo.
Basta! Chega!
Vamos lá pensar. Planear e cumprir. Só assim passaremos a ser uma economia a sério. E não estes europeus simpáticos que, por alguma sorte, caíram nas boas graças do mundo. Temos tudo isso. O que é fantástico. Agora imaginem se for feito com um pedaço de planeamento…