Especialistas e representantes de várias empresas a nível mundial discutiram a adoção de práticas sustentáveis, no âmbito da sessão “Cross-Sector Sustainability Session” do evento Global Fórum da GS1. A conclusão do painel é de que “temos de fazer um esforço comum para tornar as indústrias mais sustentáveis”.
A importância dos dados foi elencada por vários dos intervenientes. “O recurso a dados não só acrescenta valor a toda a cadeia, desde a construção à distribuição dos materiais, como ainda permite que todo o processo se torne mais eficiente. No caso da construção, é possível saber exatamente que tipo de componentes fazem parte dos materiais de fabrico e qual o impacto no ambiente a médio e longo prazo”, explica Jan Bostrom, responsável de Sustentabilidade e Desenvolvimento de Negócio da SundaHus, empresa que fornece informação sobre materiais para o setor da construção.
“Se começarmos a olhar para esta componente, podemos revolucionar completamente o tipo de materiais que escolhemos. Para além disso, faz com que todos os fornecedores, passem a escolher materiais mais sustentáveis. Este exemplo é aplicável desde a tinta utilizada para pintar os edifícios à forma como os materiais antigos podem ser reutilizados”, reforçando, assim, a importância da circularidade.
Também a oradora Heidi Lyngstad, responsável do Departamento de Edifícios Sustentáveis na empresa norueguesa Ramboll, empresa de engenharia, arquitetura e consultoria focada na mudança sustentável, destacou a importância de uma melhor gestão dos recursos, permitindo inovar com soluções que se integram numa economia circular.
“A implementação de standards ajuda-nos na identificação dos materiais a utilizar e permite-nos reunir dados e perceber como podemos construir melhor no futuro, que materiais utilizar, entre outros exemplos”, exemplifica.
A importância da digitalização nas indústrias
O foco da conversa sobre o impacto no ambiente manteve-se no investimento na digitalização que possibilita a transformação da logística existente para processos mais viáveis para empresas e ambiente.
Kenny Lee, gestor de Programa da RSPO – Roundtable on Sustainable Palm Oil, organização global, sem fins lucrativos, que visa a promoção de uma cadeia de valor do óleo de palma mais sustentável, falou sobre o impacto de óleos vegetais, como o óleo de palma, no ambiente. Como sublinhou, o óleo de palma integra muitos dos produtos que se usam e consomem diariamente, na alimentação, combustíveis, químicos e produtos de cuidados pessoais.
“Metade dos produtos disponíveis nas superfícies comerciais europeias contêm óleo de palma, o que demonstra não só a sua versatilidade, mas também a importância da criação de regulamentação e standards associados à sua comercialização e produção, para que este produto não tenha um impacto negativo no ambiente”, nota.
Finalmente, Heinz Zeller, diretor de Sustentabilidade da HUGO BOSS, conhecida marca de design e moda, falou sobre o impacto ambiental da indústria da moda. “O setor da moda ainda trabalha de uma forma muito tradicional, quer seja do ponto de vista da mão de obra, quer seja do ponto de vista de recursos utilizados, pelo que é essencial a criação de standards que possam beneficiar a comercialização e torná-la mais amiga do ambiente”, aponta.