As famílias espanholas continuam a enfrentar contas mais elevadas no supermercado, com os preços a aumentarem 2,5% no último ano, segundo um estudo recente da Organización de Consumidores y Usuarios (OCU).
O estudo revelou também que uma “gestão inteligente” das compras poderia poupar às famílias uma média de 1.132 euros por ano, com as potenciais poupanças em cidades como Madrid a ultrapassarem os 4.270 euros, devido às discrepâncias de preços entre as lojas.
Embora o aumento geral dos preços tenha sido de 2,5%, os produtos frescos registaram um aumento significativo de 6,7%, enquanto os produtos embalados tiveram um incremento mais modesto de 0,8%.
Segundo o relatório, os preços de frutas e legumes aumentaram 8,2%, a carne subiu 7,0%, e o peixe aumentou 3,4%. A OCU defendeu também uma redução do IVA sobre esses alimentos essenciais.
Alguns produtos registaram aumentos muito significativos nos últimos quatro anos. O preço do café, por exemplo, aumentou 54,1% apenas no último ano, sendo agora duas vezes mais caro do que em 2021.
Outros produtos com aumentos significativos incluem as bananas (35,9%), os limões (33%), os ovos (29,8%) e o chocolate (28,8%). A OCU apontou que alguns desses aumentos estão ligados aos mercados globais de commodities, enquanto outros, como os ovos, podem ser influenciados por narrativas especulativas.
Em contrapartida, alguns itens registaram queda nos preços, como o azeite (-53 %), açúcar (-25,7%) e sumo de laranja (-23,7%). No entanto, o azeite e o açúcar continuam a ser 57% e 43% mais caros, respetivamente, do que em 2021.
Quais as cadeias de supermercados com os maiores aumentos de preços?
Entre as principais cadeias de supermercados, o Hipercor e o Lidl foram os que registaram os maiores aumentos de preços, cerca de 7% e 6,8%, respetivamente – enquanto os menores aumentos foram observados na Alcampo (0,5%) e Carrefour (1%). A OCU também destacou o fenómeno de “shrinkflation”, em que as quantidades dos produtos são reduzidas enquanto os preços permanecem estáveis.
O estudo identificou os Supermercados Dani (principalmente na Andaluzia), Alcampo, Tifer e Family Cash como as cadeias mais baratas a nível nacional. Em contrapartida, o Sorli Discau, Supercor e Sánchez Romero figuram entre os supermercados mais caros.
Especificamente, os hipermercados Alcampo em Aldaia (Valência) e Coia (Vigo) foram considerados as lojas individuais mais baratas, enquanto os supermercados Sánchez Romero em Madrid destacaram-se como os mais caros.
Como se comportam os preços geograficamente?
Geograficamente, Sanlúcar de Barrameda (Cádiz) e Torrent (Valência) surgiram como as cidades mais baratas para fazer compras. Já muitas localidades na Andaluzia, Comunitat Valenciana, Murcia, Galícia e Extremadura oferecem também preços mais acessíveis.
Em contraste, as áreas periféricas de Barcelona e Madrid, bem como as Ilhas Baleares, Catalunha e o País Basco, tendem a ter preços mais altos nos alimentos, segundo o estudo.
Neste sentido, a OCU apelou ainda ao Governo para investigar a cadeia de abastecimento, de forma a identificar eventuais especulações que possam estar a impulsionar alguns aumentos de preços.
O estudo da OCU analisou 718 estabelecimentos físicos e online e mais de 106.000 preços de 241 produtos.

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